COACHING É PROCESSO

COACHING É PROCESSO

Coach, em uma tradução literal, é o “técnico”. É importante definir bem a terminologia: coach é o profissional que irá fornecer o suporte necessário ao desenvolvimento do coachee, profissional que está recebendo o coaching. Coaching, então, é o processo.

Há muita confusão no mercado com relação a esses termos, coach, coaching e coachee. Vemos até em títulos de cursos erros crassos com relação à correta terminologia.

O processo de coaching vem sendo extremamente estimulado no mundo corporativo nos últimos tempos. Não à toa. Esse processo, quando bem conduzido, é capaz de produzir transformações.

E como ele se estabelece? Antes de mais nada, através de uma relação de confiança entre coach e coachee. É preciso que ambos acreditem um no outro para que o desenvolvimento possa acontecer. Uma vez atingido esse limiar de confiança (que é algo que não se pede, e sim se conquista), pode ser iniciado um bom processo de coaching. Nas primeiras sessões, um objetivo deve ser definido, e o coachee deve assumir para si a responsabilidade de atingi-lo, definindo o processo de execução, possíveis obstáculos e indicadores de medição do êxito.

Bem, vocês podem estar se perguntando: mas se é o próprio coachee quem fará tudo, para que serve o coach?

O papel dele é essencial. Gosto de dizer que o bom coach deve ser como o instrutor de auto-escola: ele não dirige pelo aluno, ele não troca as marchas e não estaciona o automóvel, mas está no mesmo barco (ou carro) do aluno. Está ali, para o que der e vier. O bom coach suporta, estimula, encoraja e principalmente acredita no coachee, mas não pode fazer as coisas por ele.

Infelizmente, muitos gestores que se dizem bons coaches (o plural de coach, não confundir com coachee) limitam-se a expor e estabelecer os caminhos e soluções. Eles dão a “receita do bolo”. Isso, definitivamente, não é coaching.

Como é o coachee quem irá encarar o percurso, e como se pressupõe que ele ou ela não domine aquele assunto específico, é de esperar que aconteçam falhas durante o percurso, mas são elas que consolidam o aprendizado. Quando o próprio coachee tem que pensar, planejar, ponderar, corrigir rotas, o processo de aprendizado se sedimenta, e é duradouro.

O bom coach sabe que está abrindo mãos de resultados de curto prazo em prol de um resultado de longo prazo, isso porque ele está disposto a oferecer o desenvolvimento à sua equipe, e não apenas se limitar a entregar o trabalho àquelas pessoas que já o fazem bem.

Claro que o coaching não é a resposta para todos os males, até porque muitas das soluções exigem pressa, mas, sem dúvida nenhuma, deve fazer parte do rol de instrumentos que um bom líder deve possuir. Quando se acredita nas pessoas, as transformações são verdadeiramente poderosas. Forte abraço!

Vladmir Stancati* VLADMIR STANCATI é engenheiro mecânico formado pela FEI, especializado em Gestão da Qualidade e Controle Estatístico de Processos pela Escola Politécnica da USP, pós-graduado em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas e MBA pela Fundação Dom Cabral. É Diretor de Desenvolvimento Humano e Organizacional (RH, Jurídico, Segurança, Infra-Estrutura e Saúde) da Festo Brasil, empresa líder na área de automação, de origem alemã, Diretor da ONG Junior Achievement, de origem norte-americana e voltada ao empreendedorismo e professor da FGV-SP e da Fundação Dom Cabral.

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