Em 27 de abril passado, a Vale assinou um acordo vinculante com a Ananke Alumina, subsidiária da Norsk Hydro para vender 40% de sua participação na Mineração Rio do Norte (MRN). O negócio inclui todas as obrigações e direitos associados à sua sociedade na produtora de bauxita por US$ 67,9 milhões e ainda está sujeito às aprovações do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do governo federal.

Com a transação, a Vale conclui o desinvestimento completo em seus ativos de alumínio, plano anunciado em abril de 2010, quando se definiu que os direitos de offtake de bauxita da MRN seriam direcionados à afiliada da Hydro através de contratos de longo prazo. No total, a Vale vendeu mais de 10 ativos non-core (fora de seu core business) em vários continentes desde 2019, eliminando despesas de US$ 2 bilhões por ano com sua operação e manutenção, reduzindo a exposição a riscos da companhia e simplificando seu portfólio de projetos e operações.

A Ananke Alumina repassará de imediato sua participação na MRN à Glencore, com base em um acordo back-to-back. Além dos 40% vendidos pela Vale, a empresa suiça comprará outros 5% das ações pertencentes à Hydro, tornando-se a maior acionista da MRN, com 45% de participação. Além dela, são sócios na mineradora a South32 (33%), Rio Tinto (12%) e CBA (10%).

Em outra operação, a Glencore também adquiriu uma participação de 30% na Alunorte, refinaria no Pará controlada pela Hydro, que produz alumina a partir de bauxita fornecida principalmente pela MRN. A Alunore é a maior refinaria de alumina do mundo fora da China, com capacidade de produção de 6,3 Mtpa do produto, matéria-prima para as operações globais de alumínio da Hydro. No total, a Glencore deve pagar cerca de US$ 700 milhões pelos ativos.

Foto: Operação da MRN em Oriximiná (PA) – Tarso Sarraf