A Sibelco investiu R$ 160 milhões em uma terceira planta de carbonato de cálcio no Brasil. Construída em apenas um ano e inaugurada dia 22 de novembro, em Jarinu (SP), a fábrica, com 7,3 mil m2 de área construída, tem alto nível de automatização e, com apenas 54 funcionários, eleva em 50% a capacidade atual da companhia no país, para 160 mil t de slurry e 35 mil t de carbonato de cálcio ultrafino. O foco inicial é o fornecimento do slurry (base mineral líquida) para a indústria de tintas e revestimentos.
E, em uma segunda e terceira fase, entrarão em operação na unidade de Jarinu duas novas estações, para a produção de insumos para as indústrias de plástico, borracha e personalcare (cremes dentais, especificamente) – consolidando a empresa na liderança do mercado de carbonatos de cálcio (micronizado, natural, precipitado e recoberto).
A Sibelco fornece outros produtos, como argila, caulim, sílica e zirconita, de fontes diversas, no Brasil, Argentina, Chile e Colômbia. O carbonato de cálcio, matéria-prima central das instalações de moagem e classificação em Jarinu (e das duas outras plantas, em Mogi das Cruzes e Salto), é fornecido pela EDK Mineração e por lavra própria da Sibelco em jazimentos de calcita e dolomita na região de Cachoeiro do Itapemirim (ES).
Edson Teixeira, gerente de marketing da Sibelco América do Sul, explica que o slurry já é utilizado em larga escala pelos grandes fabricantes de tintas. A meta, diz ele, é consolidar esse mercado e crescer junto a pequenos e médios fabricantes, que demandam volumes menores ou ainda utilizam pó em seus processos industriais. Daí o grande diferencial da nova planta, que é a flexibilidade e qualidade nas formulações – sendo possível misturar até 12 diferentes minerais no processo. “São produtos sob medida, de alta performance, amigáveis, sustentáveis, homogêneos e com produção prévia na planta piloto e testes no laboratório da fábrica de Jarinu”. Ele lembra que a unidade também abriga o 27° Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa no mundo, resultado de um investimento da ordem de R$ 7 milhões.
As perspectivas no mercado de tintas no Brasil (o sexto maior do mundo, com produção de 1,318 bilhão de litros e faturamento de US$ 3,054 bilhões em 2015), são promissoras já em 2017, apesar da retração vivida nos últimos dois anos. Dilson Ferreira, presidente-executivo da associação brasileira de fabricantes de tintas (ABRAFATI), diz que o impulso ao programa Minha Casa Minha Vida e implementação do Cheque Reforma já estão refletindo no mercado de tintas imobiliárias, que responde por 80,3% do volume total e 63% do faturamento do setor. “As perspectivas continuam sendo favoráveis, pois o mercado é amplo e apresenta inúmeras oportunidades em diversos segmentos”.
Quem é a Sibelco
Fundada em 1872, na Bélgica, a Sibelco (SilicaBelgiumCompany) é líder global no setor de multimineração e processamento de diversos minerais industriais não metálicos. Presente em 43 países com 214 centros de produção, 26 centros técnicos de pesquisa e mais de 10.630 colaboradores, registrou em 2015 uma receita global de € 3,1 bilhões. Na América do Sul, a Sibelco mantém operações no Brasil, Argentina, Chile e Colômbia, fabricando e comercializando sílica para a indústria de vidro, cerâmica e fundição, além de cal para metalurgia, mineração e construção civil, e carbonato de cálcio para os mercados de tinta, alimentos e higiene pessoal. O Brasil, que responde por 30% do faturamento da empresa na região, conta com aproximadamente 349 colaboradores e 13 unidades operacionais, entre fábricas e minas. A Sibelco é também uma das controladoras da Mineração Jundu, em joint-venture com o Grupo Saint-Gobain.