Por Tébis Oliveira (*)
Em 1986, quatro anos depois de formado em Geologia pela Universidade de Ontário, no Canadá, ele fundou sua primeira empresa, a Asquith Resources, com o também geólogo Jack Tindale, para exploração de ouro no país. Em paralelo já desenvolvia um depósito de diamantes em Bamingui, na República Centro-Africana (CAR).
Nas idas e vindas para esse projeto, observou do avião uma área de garimpo em um rio na base de uma cadeia de montanhas. Após pesquisas que o levaram ao mapeamento de um grande Greenstone Belt na região, não demorou a concluir que o ouro garimpado no rio só poderia vir do cume das montanhas. A Asquith Resources ganhou uma subsidiária na CAR e, uma licença de exploração e várias sondagens e amostragens depois, acabou proprietária dos depósitos Roandji e Passendro, que somavam recursos de 2,3 milhões de onças de ouro em 2001, quando a empresa foi vendida.
Antes disso, em 1997, Kenneth Jonhson adquiriu outra companhia, embrião da futura Vaaldiam Resources, que financiou e desenvolveu projetos diamantíferos na África do Sul, Canadá e África Central. No Brasil, a Vaaldiam abriu minas de diamantes aluviais em Minas Gerais e no Mato Grosso e, com a Rio Tinto, explorou kimberlitos em Rondônia. Coube também à mineradora adquirir e desenvolver o Projeto Braúna, de kimberlitos, em Nordestina, na Bahia. Quando a Vaaldiam do Brasil foi vendida, Ken assumiu o Projeto Braúna, com ex-acionistas da empresa, e criou a Lipari Mineração.
Hoje, presidente e CEO da Lipari, o executivo mantém seu DNA de geólogo e diz estar comprometido com o desenvolvimento de novos depósitos de diamantes no Brasil. Ao mesmo tempo, estuda fazer a transição da operação a céu aberto para a subterrânea em Braúna. Nesta entrevista exclusiva a In the Mine, Ken fala desses planos, do processo de produção na Lipari, de inovações tecnológicas como o desaguamento da lama de rejeitos e do relacionamento com as comunidades quilombolas. Fala também da nova alíquota da CFEM e do trabalho junto à Agência Nacional de Mineração (ANM) para aprimorar a emissão de Certificados Kimberley. Só não comenta o assalto sofrido pela empresa em 2017, nem as próximas eleições no Brasil. Por fim, recomenda aos jovens geólogos: “Nunca digam que vocês não podem fazer alguma coisa. Tudo é possível se vocês se dedicarem a isso e derem o seu melhor.” Duas atitudes que, certamente, ele sempre teve na vida.
Faça o download e leia na íntegra a entrevista publicada na edição 75 da revista In The Mine
(*) Tébis Oliveira é editora da Sustentabilidade e Novos Projetos da revista In The Mine