A Mineração Rio do Norte – MRN está testando a tecnologia CAT Command for Dozer, fabricada pela Caterpillar, foi implantada em um trator de esteiras D11T-TAG, em novembro de 2021. Após a avaliação dos resultados dos testes, o mesmo sistema ou outro similar poderá, no futuro, ter seu uso estendido a outros equipamentos, considera Eduardo de Godoy, gerente de Operação de Mina.
Só em modelos D11 empregados na área de lavra, em trabalhos de decapeamento e escarificação, a MRN possui 19 unidades. A movimentação ROM é executada por 10 escavadeiras 974 Liebherr, 13 caminhões semi-reboque de 70 t e 36 caminhões rodoviários de 42 t. Nos serviços de apoio operam modelos Liebherr – três carregadeiras 988 e três 964 – e Caterpillar – três tratores de rodas 824, cinco motoniveladoras 160H e 16M, cinco tratores de esteiras D6 e outros dois D11 e 2 retroescavadeiras 430, além de cinco caminhões pipas de 20 mil litros, duas carretas pranchas de 130 t e seis caminhões de 28 m³.
Desenvolvido para a operação remota de tratores, o CAT Comand for Dozer é diretamente integrado aos recursos eletrônicos embarcados nos equipamentos, transmitindo dados sobre sua situação e condição à distância. Também permite o controle do motor, implementos, transmissão e funções auxiliares e a atuação remota do supressor de incêndio. “Através dessa tecnologia, o operador pode manobrar o trator em ambientes severos, agressivos ou de alto risco e em condições climáticas adversas em total segurança”, diz Igor Ribeiro, engenheiro máster de Operação de Mina. O investimento da MRN nesse projeto piloto foi de US$ 156 mil.
Segundo Godoy, um dos desafios da MRN é a prevenção aos riscos de acidentes e a melhoria do ambiente de trabalho. Devido ao manuseio constante, os equipamentos podem apresentar falhas, com riscos de pequenos incêndios, atolamento e tombamento, por exemplo, além de causar eventuais problemas ergonômicos aos operadores. “Com o novo sistema, esperamos melhorar as condições de trabalho de nossos profissionais, o que vai refletir, por extensão, no aumento de sua produtividade e na redução de custos operacionais e de manutenção”, avalia o gerente.
Implantação
A teleoperação do trator pode ser realizada através de um controle remoto ou de uma Estação de Operação. O controle remoto, solução implantada até o momento na MRN, não requer nenhuma infraestrutura local de comunicação. “Os comandos do operador são enviados diretamente para a eletrônica da máquina, por meio de um sinal de rádio”, explica Ribeiro. Alguns dispositivos periféricos, como antenas e comunicadores, foram instalados no equipamento apenas para possibilitar a operação em tempo real.
Já o funcionamento da Estação de Operação, que pode ser fixa ou móvel, requer uma rede de comunicação wi-fi e câmeras, em uma cabine equipada com controles idênticos aos embarcados na máquina. O ambiente, ergonômico, climatizado e protegido da exposição à poeira, vibrações e ruídos da operação tripulada, pode ser instalado próximo ou a quilômetros de distância da localização do equipamento, segundo Ribeiro.
Nessa primeira fase, com operação via controle remoto, os testes avaliarão os benefícios da tecnologia e a necessidade de adaptação dos padrões operacionais, até então definidos para a condução das máquinas por operadores. “A ideia é criar parâmetros para analisar o desempenho do sistema em termos de produtividade, consumo de combustível e tempo de manutenção, entre outros indicadores, fazendo um comparativo com o procedimento anterior”, diz Godoy.
Até 2024 deve ser concluída a segunda etapa do projeto, com a instalação da Estação de Operação, quando será possível escalonar a solução para a operação autônoma. Nesse caso, um operador conseguirá controlar vários equipamentos simultaneamente, alternando o comando manual em um trator enquanto os outros operam de forma autônoma, obedecendo a comandos previamente programados.
O treinamento de operadores para utilizar o CAT Command foi iniciado em novembro de 2021, com quatro profissionais que já atuavam nas frentes de lavra e acumulavam maior experiência na condução dos D11. O curso tem carga horária de 120 horas e é supervisionado por um instrutor e por equipe especializada da Caterpillar. Em fevereiro será formada uma nova turma, abrangendo mais operadores, engenheiros, instrutores e gerentes técnicos.