TRATOR DE 110 T MONTADO POR TIME 100% FEMININO

TRATOR DE 110 T MONTADO POR TIME 100% FEMININO

No começo de fevereiro, a coordenadora de Montagem da Divisão de Equipamentos de Mineração da Komatsu, Iany Araújo Pimentel, deu início a um projeto especial: reunir mulheres para a montagem de um trator junto à Anglo American, que, no mesmo período, estava conduzindo um grande projeto de montagem de máquinas na mina do empreendimento Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro (MG). Na mente, um objetivo: incentivar mulheres a ingressarem na mineração e promover, cada vez mais, a equidade de gêneros nas empresas.

“Em outubro do ano passado, tivemos conhecimento de que colegas da Komatsu no Peru haviam estruturado um projeto semelhante. Encantados com a possibilidade de realizá-lo no Brasil, não tivemos dúvidas. Idealizamos o projeto nacional e, em uma semana, ele já estava estruturado e aprovado com as lideranças da Komatsu e da Anglo American”, revelou Iany.

Com o início das atividades ainda em fevereiro, 15 mulheres de várias áreas da Komatsu dos municípios de Conceição do Mato Dentro, Itabira e Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, e Parauapebas, no Pará, estiveram envolvidas no projeto de montagem do trator de esteira Komatsu D475A-8R, de 110 toneladas, normalmente utilizado nos trabalhos de terraplenagem e abertura de novas frentes para explorações dentro das minas.

Todas já atuavam em atividades de manutenção na Komatsu, como eletromecânicas, mecânicas, assistentes, soldadoras, planejadoras, técnicas de segurança e líderes de serviços em várias áreas de atuação, como lubrificação, processos de soldagem e preventivas de equipamentos de grande porte. Além disso, o projeto contou com apoio de três profissionais diretas da Anglo American, na área de operação, coordenação de comboio e planejamento.

Para montar o time, que atuou do planejamento à entrega da máquina, segundo a coordenadora, foram buscados requisitos específicos em cada uma das profissionais, focados na qualidade do serviço e em experiências adequadas para assumirem as atividades de montagem, quebrando vieses inconscientes relacionados ao gênero.

A equipe formada contou com mulheres experientes nos processos de manutenção dos equipamentos Komatsu, mas, para 90% delas, foi a primeira experiência com processo de montagem. “Foi gerado um plano robusto para garantirmos a segurança e integridade de todas até o final do projeto, já que estamos falando da colocação de peças de uma máquina de 110 toneladas”, esclareceu Iany.

Entregue oficialmente no Dia Internacional das Mulheres (8 de março), o trator de 110 toneladas já está disponível para a operação de minério de ferro do Minas-Rio. A presidente da Anglo American no Brasil, Ana Sanches, esteve presente no evento de entrega do equipamento e ressaltou o compromisso da empresa com a equidade de gêneros.

“Quando esse projeto foi apresentado para o nosso time nos interessamos imediatamente em apoiá-lo, pois, além de ele estar em alinhamento aos nossos valores, acreditamos que a diversidade no mundo dos negócios garante a variedade de visões e vozes em vista de melhores resultados operacionais. Sabemos que a indústria mineral ainda é um universo predominantemente masculino, entretanto importantes avanços vêm consolidando um novo olhar para o setor, com incentivo à participação feminina em todos os níveis das organizações e áreas de atuação”, afirmou a executiva, que é a primeira mulher no comando da empresa no Brasil e do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

O vídeo com mais detalhes sobre a montagem do equipamento pode ser conferido aqui.

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Guilherme Santos, presidente & CEO da Komatsu Brasil, e Ana Sanches, presidente da Anglo American no Brasil, em evento comemorativo de entrega do equipamento (Foto: Empírica).

Programa capacita e abre portas

Noventa por cento das mulheres que ingressaram no projeto de montagem do trator vieram do Programa de Imersão Komatsu (KIP), desenvolvido em parceria com o Senai, que tem por objetivo promover a capacitação de jovens profissionais, com apoio no ingresso ao mercado de trabalho. Ao longo da formação, as alunas e alunos recebem uma bolsa de estudos e, ao término do curso, saem aptos a se candidatar para vagas da própria empresa, bem como de outras companhias do segmento de mineração. Após a formação no programa KIP, elas tiveram a oportunidade de serem contratadas pela Komatsu e assumiram atividades de manutenção em campo.

Meta feminina na Komatsu

Na Komatsu Brasil International, que engloba as divisões de Construção e Mineração da Komatsu, 20,60% do quadro de um pouco mais de 1,7 mil funcionários é de mulheres. Na divisão de Mineração, elas somam 20,13% em um quadro de 1,6 mil colaboradores. “Temos mulheres atuando em quase todas as frentes de trabalho, incluindo funções geralmente executadas por homens. Elas estão desde aprendizes, vendedoras, soldadoras, mecânicas, almoxarifes, analistas, coordenadoras, gerentes, diretoras e vice-presidente”, avisa Iany.

São vários os exemplos na empresa de que há interesse de mulheres por funções até então ditas masculinas e que a desmistificação sobre funções faz o número de candidatas crescer. No início de 2023, por exemplo, eram 155 homens e apenas 5 mulheres trabalhando como soldadoras. Atualmente, são 155 homens e 11 mulheres. E existe a tendência de crescimento desse número, com maior procura por parte do público feminino pela função. “Recentemente, a Komatsu promoveu em Parauapebas (PA) um Programa de Imersão Komatsu (KIP) de formação em solda, envolvendo também o público feminino. É um nicho de mercado que a Komatsu valoriza, investe e aplica em suas contratações e que, cada vez mais, está se abrindo para as mulheres”, finaliza a coordenadora.

Com uma meta global de ter em seu quadro 25% de mulheres e 10% em posições de liderança até março de 2025, a Komatsu teve um crescimento, de janeiro de 2021 a janeiro de 2024, de 55,3% no número de mulheres, alcançando 82,4% dessa meta.

Diversidade na Anglo American

A Anglo American foi uma das primeiras mineradoras no mundo a constituir uma área específica para lidar com a inclusão e a diversidade. No Brasil, a empresa possui uma gerência de Cultura, Inclusão e Diversidade e Saúde Mental, ligada à Diretoria de Pessoas e Organização. Essa área conta com um planejamento estratégico para consolidação de uma cultura inclusiva dentro de toda a organização, além da gestão de cinco grupos de afinidade, que foram iniciados a partir de 2018: Gênero, LGBT+, Raça e Etnia, Gerações e Pessoas com Deficiência.

Entre as atividades, há planejamento das metas e objetivos que devem ser atingidos em relação aos grupos, fortalecendo um ambiente psicologicamente seguro, inclusivo e diverso. Além disso, a área é responsável por estabelecer programas de desenvolvimento e aceleração de carreira para esses grupos. Especificamente sobre a inclusão do público feminino na mineração, a Anglo American tem como meta alcançar, até 2027, 33% de mulheres em posição de alta liderança.

Na companhia, a diversidade também é respaldada por políticas e procedimentos consistentes e aplicados em todas as unidades da Anglo American no mundo, tais como: Política de Inclusão e Diversidade, Política Contra a Violência Doméstica e Política Contra Bullying, Assédio e Retaliação.

Inclusão nas operações da Anglo American

A Anglo American introduziu, no ano passado, sete unidades do trator D475A-8R no Minas-Rio, equipamento que conta com um kit de operação teleremota. Realizada em parceria com a Komatsu, a iniciativa visou reforçar a segurança e potencializar a alta performance, além de favorecer medidas de inclusão e diversidade, uma vez que o equipamento permite que os profissionais trabalhem em uma sala de operação e não diretamente na mina.

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