Projetos que revelam potencialidades minerais do país estiveram em evidência nesta terça-feira (21/5) no 11º Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral (Simexmin). Em painéis e pôsteres, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresentaram trabalhos realizados e compartilharam dados que abrem novas oportunidades para o setor produtivo.
O uso de insumos minerais na cadeia produtiva do setor agrícola foi abordado no painel “Fertilizantes e Agrominerais: Projetos, Produtos e Visão de Futuro”, moderado pela pesquisadora do SGB Magda Bergmann. Na ocasião, a pesquisadora Alessandra Elisa Blaskowski, coordenadora-executiva da Divisão de Projetos Especiais e Minerais Estratégicos do SGB, apresentou a palestra “Trabalho do SGB na Pesquisa de Agrominerais Silicáticos no Brasil”.
Alessandra Blaskowski falou sobre os estudos publicados e em andamento, com ênfase no projeto-piloto “Agrominerais da Região de Irecê e Jaguarari – Bahia”, publicado em 2016. Além disso, apresentou o Projeto Avaliação do Potencial Agromineral do Brasil, realizado desde 2019.
“O objetivo desse projeto é a prospecção e mapeamento de agrominerais em todo o território nacional, por meio da caracterização e levantamento de minerais e rochas para emprego nas técnicas de remineralização e condicionamento de solos, com ênfase em materiais de descarte de mineração, considerando as especificações do Ministério da Agricultura”, explicou.
Esse projeto conta com trabalhos e produtos publicados, como o Informe de Recursos Minerais (IRM) e o Mapa de Potencial Agromineral do Eixo Manaus-Boa Vista, além do Dashboard e do Mapa de Potencial Agromineral do Estado do Tocantins. Está em andamento a confecção do IRM do Estado do Tocantins, além de estudos sobre agrominerais nos estados de Goiás e Distrito Federal; São Paulo; e a Região do Triângulo Mineiro.
Rejeitos da Mineração
Além dos estudos sobre agrominerais – que podem ser obtidos a partir de rejeitos da mineração – o SGB desenvolve pesquisas sobre minérios que também podem ser extraídos como produtos secundários. No painel “Agregando Valor na Produção Mineral: Recuperação de Sub-Produtos na Operação e Rejeitos”, a pesquisadora do SGB Lucy Takehara Chemale apresentou a palestra “Potencial de Extração de Terras Raras em Rejeitos”.
Essas pesquisas otimizam a produção mineral, reduzem impactos ambientais e abrem oportunidades para o fortalecimento de cadeias produtivas de diferentes minérios, incluindo aqueles considerados estratégicos e críticos para a transição energética, como elementos de terras raras (ETR).
Novas Descobertas
As pesquisas do SGB que revelam potencialidades minerais também tiveram destaque no painel “Geofísica Aplicada à Pesquisa Mineral”, com o pesquisador do SGB Raphael Teixeira Correa, que apresentou o tema “Estrutura Elétrica da Província Mineral do Tapajós”.
“Do ponto de vista socioeconômico, a atividade garimpeira atua na região desde a década de 1950, focada no ouro. Em termos geológicos, o ambiente tectônico do tipo arco magmático, desenvolvido há quase 2 bilhões de anos, tem potencial para outros bens minerais, como o cobre, que possui papel fundamental na transição energética”, destacou Correa.
A pesquisa aplicou métodos geofísicos, como o Método Magnetotelúrico, responsável por mapear a condutividade na crosta e no manto, e o Método Gravimétrico, com o objetivo de inferir a densidade das rochas em subsuperfície. “As evidências corroboram que a PMT tem elevado potencial para novas descobertas e deve ser alvo de investimentos nos próximos anos”, ressaltou.
Os resultados desse trabalho estão em artigo publicado na revista Tectonophysics (clique aqui para acessar).
O evento encerra nesta quarta-feira (22/5).