Uma publicação especial, elaborada por pesquisadores em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB), revela o potencial brasileiro para a produção dos minerais classificados como “estratégicos” pelo Ministério de Minas e Energia (MME): cobre, grafita, lítio, níquel, fosfato, potássio e urânio e Elementos de Terras Raras.
O documento, que traz um panorama dos recursos e reservas que estão disponíveis, ou têm potencial de exploração comprovado, foi apresentado nesta semana durante o maior evento sobre prospecção mineral do mundo, o PDAC 2023 – Prospectors and Developers Association of Canada, que ocorreu em Toronto entre 5 e 8 de março.
Na publicação “An Overview of Critical Minerals Potential of Brazil” (Uma Visão Geral do Potencial de Minerais Críticos do Brasil), estão mapas com a localização dos depósitos minerais críticos para transição energética e segurança alimentar. Além disso, o SGB disponibiliza outras informações, como empresas que operam os depósitos, recursos disponíveis, capacidade de produção, valores investidos, montante a ser arrecadado com impostos e as projeções para geração de empregos.
“É a primeira vez que a gente prepara um material desta natureza, sobre o potencial desses minerais no Brasil, para o PDAC. A gente mostra a localização do depósito, contextualização geológica e tipos de depósitos”, explicou o chefe da Divisão de Geologia Econômica (DIGECO) da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) do SGB, Guilherme Ferreira.
As informações, direcionadas especialmente a investidores, mostram que o Brasil tem uma grande diversidade de recursos minerais ainda a serem explorados, atendendo, sobretudo, a demanda gerada pela transição energética, que consiste na mudança de uma matriz de combustíveis fósseis para o uso de fontes com baixa emissão de carbono. Essa é, também, uma oportunidade para impulsionar toda a cadeia produtiva desses materiais e desenvolver o país.
“O Brasil tem um potencial imenso, e que se realizado, pode nos tornar players globais em todas essas commodities”, ressalta o chefe do Departamento de Recursos Minerais (DEREM) do SGB, Marcelo Esteves Almeida.
O documento completo está disponível no site sgb.gov.br/pdac. A plataforma sobre o PDAC 2023 foi criada para reunir os estudos que serão apresentados durante o evento. Considerado um espaço para negociações e captação de investimentos, o evento recebeu um público estimado de 30 mil participantes, de 130 países.
O Brasil foi representado por uma delegação composta por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB), entre eles o diretor interino de Geologia e Recursos Minerais, Paulo Romano; e integrantes da Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB).