A Samarco inaugurou o Projeto Quarta Pelotização (P4P), na Unidade de Ubu, em Anchieta (ES), um dos maiores investimentos privados do País. Com a presença da Revista In the Mine, a empresa apresentou a conclusão da quarta usina de pelotização, com capacidade de produção de 8,25 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de pelotas de minério de ferro e do terceiro mineroduto, que passa por 25 municípios capixabas e mineiros e tem 400 km de extensão e capacidade de transporte de 20 Mtpa de polpa de minério de ferro. O P4P ainda contemplou um terceiro concentrador na unidade Germano, entre os municípios de Ouro Preto e Mariana (MG), com capacidade de 9,5 Mtpa.
Com investimentos totais de R$ 6,4 bilhões, orçamento quase idêntico à previsão inicial, a Samarco espera atingir já no segundo semestre deste ano sua produção nominal, por conta de um ramp up de quatro meses. Em 2013, a produção total foi de 21,1 Mt de pelotas e neste ano é esperado entre 27 e 28 Mt. Para 2015, o crescimento de 37% da Samarco será uma realidade, com a produção nominal das 30,5 Mt de pelotas de minério de ferro. “Num momento delicado para o setor mineral brasileiro, nos consolidamos dentro do mercado internacional, desempenhando papel importante na geração de superávit primário para o Brasil”, diz Ricardo Vescovi, diretor-presidente da Samarco. Ainda assim, é importante ressaltar a diminuição das importações da China, especialmente no que se refere ao sinter feed, que tem um preço mais volátil, dada a dependência de mercados spot. No ano passado, o mercado chinês representou 15% dos negócios para a mineradora.
“Com os três minerodutos em operação, atingiríamos uma capacidade de 45 Mtpa. No entanto, devido à maior capacidade do terceiro e mais recente, o segundo mineroduto será desativado por enquanto”, afirma Maury de Souza Jr., diretor de implementação de projetos da companhia. O executivo, na realidade, nomeou o processo de “hibernação”, consistindo na utilização de CO2 no tubo para que ele possa voltar a ser utilizado futuramente. Ainda em relação ao futuro, os diretores da empresa disseram que não há interesse na ampliação dos escritórios internacionais.
Em termos de meio ambiente, foram investidos R$ 250 milhões, contando com a neutralização dos gases do efeito estufa (GEE) e a troca do shiploader, equipamento de 1,3 mil t que carrega as pelotas no porto. Dessa forma, o sistema de carregamento do terminal portuário de Ubu passa de 11,2 mil para 15 mil t por hora. Outra novidade será o sistema com monitoramento GPS para leitura do calado dos navios.
As obras começaram em maio de 2011 e foram finalizadas três anos depois, gerando 13 mil postos de trabalho na fase de pico. “O processo não precisou de alojamentos, pois investimos apenas em mão-de-obra local”, conta Kleber Terra, diretor de operações e infraestrutura. A inauguração do projeto estava prevista inicialmente para janeiro deste ano, mas principalmente por conta da greve de trabalhadores, acabou sendo estendida para abril. Não houve acidentes fatais ou incapacitantes, um marco de segurança. Com o P4P, a Samarco aumentará sua receita de US$ 3 para US$ 4 bilhões