Por: Reuber Koury, diretor técnico de Projetos da Samarco
O setor mineral vive um momento de transformação promovida por demandas globais e locais que refletem a evolução da sociedade. Nesse sentido, 2024 foi marcado na Samarco pela consolidação de nossa estratégia e pela demonstração da sustentabilidade de nosso negócio.
Em dezembro, alcançamos 60% de nossa capacidade produtiva instalada com a reativação de mais uma Usina de Pelotização, no Complexo de Ubu (ES), com o retorno do Concentrador 2, no Complexo de Germano (MG), e a ampliação da planta de filtragem de rejeitos. Com isso, estamos prontos para produzir 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro a partir de 2025.
Atentos às oportunidades de nosso processo produtivo, com eficiência, segurança e sustentabilidade, utilizamos cerca 3 milhões de toneladas de rejeito arenoso gerado em nossa produção nas obras de descaracterização da Barragem do Germano, o que representa cerca de 60% de todo o rejeito produzido.
Investimos também em processos que aumentam a eficiência de nossas plantas de beneficiamento para reduzir a geração de rejeito. Desenvolvemos projetos para ampliar o uso do rejeito arenoso, incluindo sua aplicação na fabricação de concreto, e o aproveitamento do rejeito ultrafino em pavimentações ecológicas.
Em um projeto pioneiro, realizamos testes para a substituição gradual do gás natural em nossa matriz energética por bio-óleo, biocombustível de fonte vegetal, 100% renovável.
Esses são exemplos de como construímos hoje a mineração que desejamos no futuro. Para alcançar os desafios de produção, cerca de 3 mil pessoas, entre próprias e contratadas, foram mobilizadas e, hoje, somos mais de 15 mil profissionais.
Entre os valores que compartilhamos está a segurança. Computamos mais de 2 milhões de horas trabalhadas sem registros de acidentes graves. Resultado de uma gestão com foco nos procedimentos e nos compromissos das lideranças da empresa com a segurança.
Da mesma forma, cuidamos da segurança e saúde mental de nossas pessoas. Trabalhamos diariamente para tornar a Samarco um ambiente mais acolhedor e inclusivo. Reflexo deste esforço foi o reconhecimento da FIA e do jornal Estadão como uma empresa incrível para trabalhar – primeiro lugar entre as empresas de grande porte e no setor. Ainda há muito a ser feito na Samarco e no setor de mineração. Temos desafios e metas para reverter a falta histórica de diversidade, equidade e inclusão.
Estamos também em constante evolução em nossa jornada de sustentabilidade. Com diálogo e transparência, buscamos escutar demandas da sociedade e promover ações que evitem, reduzam ou compensem nossos impactos. Avançamos em projetos estruturantes nas comunidades, como ações de saneamento de 100% de Camargos, em Mariana, apoio aos pescadores próximos à nossa unidade no Espírito Santo e outros investimentos sociais em educação e na capacitação de fornecedores locais.
Na Samarco, temos ainda como habilitador do negócio a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, que nunca será esquecido. Em 2024, após discussões pautadas em critérios técnicos e envolvendo diversos órgãos, firmamos o acordo de repactuação, com valor global de cerca de R$ 170 bilhões. Com o acordo, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os processos indenizatórios, os reassentamentos e as ações ambientais na Bacia Hidrográfica do Rio Doce serão concluídos pela Samarco.
Políticas públicas em saúde, saneamento, educação, entre outras, serão desenvolvidas pelos governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo e respectivos municípios que aderirem ao acordo, com os R$ 100 bilhões que serão repassados pela Samarco.
Neste momento, em paralelo aos desafios, trabalhamos para alcançar a plenitude de nossa capacidade produtiva até 2028, seguindo as melhores práticas e nossos valores. Com as lições aprendidas e o olhar atento ao futuro, estamos seguindo em frente e queremos fazer a diferença.