A revitalização da recuperadora de minério RP-313K-03, instalada nos pátios C e D do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, da Vale, em São Luís (MA), exigiu o içamento de 2 módulos do eletrocentro inferior e 3 do eletrocentro superior do equipamento, além dos trafos (transformadores) do eletrocentro superior e contrapesos, a uma altura de até 49,29 m. O projeto foi realizado pela Transnacional, sediada em Horizonte (CE), contratada da Rede Montagens Eletromecânicas, e executado em 45 dias – metade do prazo inicialmente previsto -, envolvendo 550 profissionais que se revezaram em turnos no período de 24 h/dia. “Entre emissões iniciais e revisões dos Planos de Rigging e de transporte, foram elaborados mais de 120 projetos, todos de fundamental importância para o sucesso das operações e para a redução significativa do prazo planejado”, avalia Napoleão Luna, diretor Comercial e de Operações da Transnacional.

Os pesos das cargas variavam entre 9,7 e 22,4 t, com dimensões entre 3,50 a 9 m de comprimento, 3,78 e 3,90 m de largura e 3,20 a 4,60 m de altura (eletrocentros); 6 t, com dimensões de 4,50 m de comprimento, 3,78 m de largura e 2 m de altura (trafos) e 42 a 44 t (contrapesos). Trafos e contrapesos possuíam as mesmas dimensões: 4,50 m de comprimento, 3,78 m de largura e 2 m de altura. Para a operação foram mobilizados um guindaste telescópico Liebherr, modelo LTM 1500-8.1 (500 t), 1 guindaste sobre pneus Sany, modelo STC1100T6 (110 t) e um guindauto TKA 43700 (43,7 t). O transporte dos módulos foi feito com 2 pranchas retas de 4 eixos Facchini, com extensão de 14 m cada.
A recuperadora de minério foi instalada no terminal portuário em 1989 e, desde então, era a primeira vez que necessitava passar por uma manutenção de grande porte. O primeiro passo desse processo foi definir as condições de montagem e operação dos dois guindastes, sendo decidido que o modelo Sany (110 t) operaria nos pátios C e D, enquanto o Liebherr (500 t) ficaria fixo no pátio C. Uma vala, com cerca de 60 m de extensão, 6 m de profundidade e inclinação de 75° em relação à sua parede, foi aberta para acomodar os 8 contrapesos da recuperadora, evitando sua horizontalização total que, dadas as condições das estruturas, poderia levar a seu colapso num eventual tombamento ao solo.

Após o descarregamento dos módulos dos eletrocentros, montagem do guindaste LTM 1500-8.1 e de seu luffing (tesoura), foi realizado o giro da recuperadora de forma a posicionar sua lança no pátio D, escorada sobre um suporte. A máquina foi descomissionada e iniciou-se sua estabilização, com a colocação de estruturas de enrijecimento dos tirantes e posterior afrouxamento dos cabos de aço que ligam os cavaletes de ancoragem de sua lança e contralança, cuja retirada total ou parcial foi descartada. Foram então retirados os contrapesos e seus dispositivos de travamento para disposição na vala aberta para essa finalidade. Na sequência foram desmontados os módulos dos antigos eletrocentros inferior e superior.

O ponto crítico do içamento dos novos módulos foi seu posicionamento final, devido às interferências aéreas causadas pelos cabos de aço de ancoragem dos cavaletes da lança e contrabalança da recuperadora de minério. Os trabalho foram finalizados com a montagem dos contrapesos de concreto e respectivos contrapesos, retirada das estruturas de enrijecimento dos tirantes e troca dos cabos de aço de ancoragem entre a lança e contralança, para posterior tensionamento e retirada dos suportes da lança da máquina.