Laudos atestam que rejeito da barragem do Fundão, da Samarco, não oferece risco às pessoas
Os resultados de análises solicitadas pela Samarco à SGSGeosol Laboratórios, empresa especializada em análises ambientais e geoquímicas de solos, atestam que o rejeito proveniente da barragem do Fundão não oferece perigo para as pessoas. As amostras foram coletadas no dia 8 de novembro próximo a Bento Rodrigues, Monsenhor Horta, Pedras, Barretos e Barra Longa, em Minas Gerais, e analisadas segundo a norma brasileira ABNT NBR 10004:2004. Estes locais foram definidos para a coleta por serem os mais próximos ao acidente e, portanto, as amostras representam melhor o material que estava depositado na barragem.
Os testes simulam diversas situações, como manuseio do rejeito por qualquer pessoa sem cuidados especiais, exposição a chuvas por vários anos e contato com águas correntes, como enxurradas. O material também foi analisado para medir seu índice de acidez, neutralidade ou alcalinidade (pH), sua corrosividade e a possibilidade de gerar reação violenta, como uma explosão. Além disso, foi verificada se há presença das seguintes substâncias: alumínio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cianeto, cloreto, cobre, cromo, ferro, fluoretos, manganês, mercúrio, nitrato, prata, selênio, sódio, sulfato, zinco, fenóis, coagulantes e floculantes.
Após as análises de todos esses parâmetros, o rejeito presente em Bento Rodrigues, Monsenhor Horta, Pedras, Barretos e Barra Longa foi classificado como não perigoso. Isto significa que o material analisado não apresenta periculosidade às pessoas e ao meio ambiente, tendo em vista que não disponibiliza contaminantes para a água, mesmo em condições de exposição a chuvas.
Os resultados também mostraram que o rejeito coletado em Bento Rodrigues possui ferro e manganês acima dos valores de referência da norma, mas ainda abaixo dos valores considerados perigosos. Já nas amostras retiradas próximo a Monsenhor Horta, Pedras, Barretos e Barra Longa foi detectada a presença de manganês fora dos parâmetros, mas abaixo de valores perigosos. Como na região de Mariana e Ouro Preto o solo é rico nestes dois elementos, estes resultados já eram esperados. É importante ressaltar que a norma ABNT 10004:2004 utiliza valores de referência com base na realidade de todo o Brasil, inclusive regiões de solos pobres em ferro e manganês.
DESAPARECIDOS – As famílias de pessoas desaparecidas no acidente da barragem no município de Mariana estão recebendo acompanhamento psicossocial de profissionais especializados em situações de risco. Assim como toda a comunidade das áreas atingidas, eles também contam com outros auxílios, como acomodação em pousadas, encaminhamento para residências provisórias, kit mobiliário, alimentação e auxílio financeiro mensal.
Além disso, desde o dia 20 de novembro, a Samarco e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais estão fazendo, diariamente, uma reunião com os familiares dos desaparecidos, com o objetivo de passar um boletim das buscas do dia anterior. Dessa forma, eles recebem informações oficiais e podem sanar suas dúvidas a respeito dos trabalhos realizados.
Para aqueles que perderam um familiar em razão do ocorrido, a Samarco arca com todos os custos de documentação e sepultamento. No caso de empregados terceirizados, a empresa faz a acomodação das pessoas que não pertencem à região e realiza o complemento financeiro ao seguro de vida, para cobrir o custo das despesas funerárias.
Cerca de 40 especialistas, dentre biólogos e veterinários, trabalharam diariamente em uma ação de resgate da fauna aquática em toda extensão do rio Doce (ES). Esse trabalho inclui a captura de peixes e crustáceos, identificação das espécies e armazenamento do banco genético antes da passagem da pluma de turbidez.
RIO DOCE – A Samarco, em parceria com o Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram) e Aquambiental, tem feito o resgate dos peixes e crustáceos, levando-os para tanques do IFES de Itapina – Colatina (ES) e do projeto Tamar para que, no futuro, sejam utilizados para repovoamento do rio. Até o momento, foram resgatados 6 espécies de peixes que encontram-se na lista de espécies ameaçadas e raras.
Também foram realizadas as coletas de espécies de fauna aquática para análise laboratorial antes e após da chegada da pluma. Esse trabalho está sendo executado pela empresa Bioma Estudos Ambiental.
Apesar dos distritos de Regência e Povoação não serem abastecidos pelo Rio Doce, a Samarco disponibilizou três caminhões-pipa, que juntos somam 45 mil litros de água, afim de garantir o abastecimento da região. Além disso, a companhia está perfurando um poço artesiano em Regência, que aumentará a segurança no fornecimento. Na localidade de Entre Rios, duas caixas d´água, que somam 30 mil litros, foram disponibilizadas. A empresa também esta articulando ação na região, em parceria com a defesa civil, para o fornecimento de água nas residências ribeirinhas.
LINHARES —
Em Linhares o abastecimento já havia sido transferido para o Rio Pequeno em função da baixa vazão observada no Rio Doce. No primeiro momento, a companhia reforçou a barragem que já havia sido construída pela prefeitura, com o intuito de separar os rios. Para garantir que não haja transposição das águas do Rio Doce para o Pequeno e Lagoa Juparanã na época de cheia, a Samarco está promovendo infraestrutura para a construção de uma nova estrutura, mais resistente e de maior porte.