QUÍMICO TESTA SISTEMA PARA MINERAÇÃO EM ASTEROIDES

QUÍMICO TESTA SISTEMA PARA MINERAÇÃO EM ASTEROIDES

asteroide
Foto:  The Lead South Australia

O professor Volker Hessel, da Universidade de Adelaide, especialista internacional em química de fluxo, começou a testar um sistema inédito de  processamento de fluxo contínuo para a extração de minérios – em particular, níquel e cobalto – em asteroides.

O método de extração por solvente de fluxo químico já teve sua eficácia comprovada na separação de minerais em depósitos terrestres. Mas, segundo Hessel, há complicadores para seu emprego em asteroides devido a associações entre metais inexistentes na Terra. “Aqui, encontramos platina, ouro e cobre juntos ou níquel e cobalto juntos.

Em um asteroide, é possível vermos ouro e cobalto associados”, explica o professor. Se os testes forem bem sucedidos, as possibilidades de viabilização de grandes depósitos minerais é enorme. Segundo Hessel, um asteroide pequeno tem 10 vezes a profundidade do território norte-americano, por exemplo.
O método de microfísica da química de fluxo foi considerado uma abordagem adequada para a mineração espacial. Porque é compacto e capaz de operar sob microgravidade no vácuo. “Nosso sistema é modular, altamente automatizado e pode funcionar sem condições de gravidade. Por isso funcionará no espaço”, assegura o especialista.

O processo emprega duas bombas. Uma delas contém uma solução aquosa onde os minérios são transportados. A outra contém o solvente de extração, que utiliza querosene para a captura do minério.

As duas soluções fluem para um tubo único que as direciona para um inversor de fluxo em espiral. Desse modo, aumenta sua purificação e, na sequência para um separadora de membrana. A etapa seguinte é seu acondicionamento em dois coletores independentes. Um contendo água e outro com a querosene e partículas minerais. Em uma primeira fase já é possível obter 30% de purificação. O processo será repetido até que a purificação seja total.

Adelaide, localizada na costa sul da Austrália, é referência para a indústria espacial do país. A cidade é sede a Agência Espacial Australiana e de mais de 80 empresas do segmento aeroespacial. Nela, fica também o recem-criado SmartSat CRC. Trata-se de um consórcio de organizações industriais e de pesquisa que tem como objetivo desenvolver tecnologias inovadoras para a indústria espacial australiana, tornando-a globalmente competitiva, em um setor que movimenta meio trilhão de dólares ao ano. “Há uma disputa sobre leis espaciais e discussões sobre direitos de propriedade da Lua ou de Marte, que deve resultar em uma corrida espacial global por recursos. Gostaríamos que especialistas sul-australianos liderassem esse processo”, diz Hessel.

 

 

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