A EroBrasil possui três unidades em atividade no Brasil, cuja produção é integralmente destinada ao mercado externo. São duas operações de cobre: uma delas na cidade de Jaguarari, na Bahia, com capacidade para produzir entre 40 e 45 mtpa de concentrado de cobre, e a mais recente, em fase de comissionamento, em Tucumã, no Pará, com produção prevista de 55 mtpa a partir de 2025. A terceira mina fica em Nova Xavantina, no Mato Grosso, e produz 60 mil oz/ano de ouro.
É das operações de cobre que vêm as perspectivas mais otimistas da empresa canadense. Atualmente, diz Eduardo de Come, CEO da subsidiária brasileira, o metal tem cotação próxima a US$ 4,20/libra. Embora apresentando bastante volatilidade nos últimos meses, as cotações aumentaram no último ano, principalmente em função da transição energética em curso, baseada principalmente no aumento da produção de carros elétricos e ampliação de projetos de usinas solares e eólicas. Além disso, tanto a energia gerada por baterias quanto a proveniente daquelas usinas também dependerão de um maior volume de linhas de transmissão. “Como o cobre é o principal condutor energético, seu preço é fortemente influenciado por essa demanda adicional, uma vez que a oferta não reage na mesma velocidade do aumento do consumo”, explica o executivo.
A previsão da empresa, com base em estudos de mercado, é que essa demanda se mantenha em elevação, das atuais cerca de 25 Mtpa de cobre para perto de 30 Mtpa até 2030. Além da velocidade de expansão dos projetos de transição energética, o surgimento da IA (Inteligência Artificial), exigindo o aumento de data centers a ela vinculados, é outro impulsionador do consumo em alta.
Crescimento focado
Nesse cenário, a EroBrasil não planeja diversificar seu portfólio de produtos. A empresa tem seguido uma estratégia de crescimento ao longo dos últimos anos, que acabou coincidindo com um momento em que as perspectivas do mercado são favoráveis em relação à procura e ao preço do cobre. Na EroBrasil Caraíba, a capacidade de processamento de minério passou de 3,2 para 4,2 Mtpa, com a instalação de um terceiro moinho que começou a operar em dezembro de 2023. Tucumã foi projetada para processar até 4 Mtpa de minério de cobre. Seu primeiro concentrado vendável foi produzido em julho de 2024 e encontra-se em ramp up para a produção em escala comercial. “Esses dois novos projetos permitirão que a EroBrasil duplique sua produção de cobre em 2025, totalizando cerca de 100 mil toneladas”, garante De Come.
Sem processos operacionais tóxicos ou poluentes e com aproximadamente 85% de consumo energético baseado em uma fonte renovável – a geração hidrelétrica -, a empresa iniciou o desenvolvimento de estudos para a utilização de equipamentos elétricos, em substituição aos convencionais movidos a diesel. “Na realidade, temos estudos no sentido de buscarmos em médio e longo prazo equipamentos que nos permitam a substituição do diesel no processo produtivo por energia gerada por baterias”, conta o CEO.
No campo das práticas ESG (Ambiental, Social e de Governança), o executivo garante que a atuação da empresa está em conformidade com o que se espera da mineração, em termos de compromissos e ações sustentáveis. Desenvolve já há vários anos parcerias com as comunidades locais onde opera, viabilizando atividades conjuntas que geram benefícios mútuos. Na questão ambiental, além de cumprir a legislação aplicável, tem implementado ações adicionais visando à melhoria contínua de seus indicadores nessa área, em linha com o conjunto de práticas da mineração sustentável aplicadas ao Towards Sustainable Mining (TSM), programa utilizado pelas principais mineradoras do mundo para pautar suas iniciativas de responsabilidade social e sustentabilidade.
“Sob o aspecto da Governança, sendo uma empresa de capital aberto, listada na bolsa de Toronto (Canadá) e de Nova Iorque (Estados Unidos), estamos sujeitos aos mais rigorosos padrões de controle e é nesse ambiente que desenvolvemos nossa governança corporativa. Destaco, em nossa estrutura, a Diretoria de Sustentabilidade voltada a assegurar o cumprimento das ações relacionadas à área de ESG”, finaliza De Come.
Foto em destaque no alto da página: Unidade Tucumã, no Pará, em comissionamento
