A decisão do governo americano de aumentar as tarifas de importação do aço e do alumínio, anunciada em 2 de março, é um obstáculo ao comércio internacional e vai afetar os Estados Unidos de forma negativa, afirma Hélio Magalhães, presidente do Conselho de Administração da Amcham-Brasil. Hélio Magalhães, da Amcham Brasil, acredita que decisão americana deverá ser “rediscutida”.
“Incentivar o comércio passa por não criar barreiras”, diz ele. Para o executivo, a medida “trata-se de um pensamento antigo, que pode trazer impactos negativos também para os americanos”. Os efeitos da medida ainda estão sendo avaliados pela comunidade internacional, acrescenta Magalhães. “Ninguém vê isso como positivo. A OMC (Organização Mundial do Comércio) certamente será acionada por outros governos. Provavelmente será rediscutido e não deve ser duradouro.”
A nova tarifa de importação do aço e alumínio é “retrógrada” e uma “irresponsabilidade”, de acordo com o economista Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da consultoria Kaduna. “Vai ser um agravante na economia mundial. As retaliações recíprocas vão começar a acontecer, e onde isso pode parar ninguém sabe com certeza”, observa, no Webinar de Comércio Exterior da Amcham realizado, segunda-feira, dia 5 de março. “Parece que estamos voltando às décadas de 1980 e 1990, quando se tomava essas medidas de proteção comercial sem medir as consequências”, acrescentou.