OTIMIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DE MINA E QAQC ANALÍTICO

OTIMIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DE MINA E QAQC ANALÍTICO

Duas iniciativas têm destaque na Vale e podem, a partir de projetos piloto, ser estendidas a todas as suas operações de ferrosos. Uma delas é o desenvolvimento da metodologia Otimização Integrada. A outra é o aprimoramento do processo de avaliação de amostras de QAQC (Quality Assurance and Quality Control ou Garantia de Qualidade e Controle de Qualidade, em português).

A Otimização Integrada possui três objetivos: 1) Realizar o planejamento de mina de forma que as restrições de todo o fluxo de produção – Mina, Plantas, Pilhas de Estéril e Rejeito e Logística – sejam consideradas simultaneamente durante o sequenciamento de mina; 2) Que esse sequenciamento seja multimina e multiperíodo, visando uma otimização global dos planos; 3) Que o sequenciamento de mina seja acoplado a um modelo econômico robusto, permitindo priorizar as decisões estratégicas sobre novos projetos e otimizar o nível de produção das minas.

Diagrama explicativo da Otimização Integrada
Diagrama explicativo da Otimização Integrada

Já no projeto QAQC Analítico foi criada uma plataforma no software de Business Intelligence Power Bi®, associada ao repositório oficial de dados da empresa. O objetivo foi propiciar que a análise das amostras de QAQC sejam executadas com agilidade, qualidade e redução de custos para a empresa e equipes que atuam no processo. A plataforma desenvolvida é de fácil acesso, intuitiva, não incorre em problemas de interferência e manipulação dos dados de origem e propicia transparência nas análises.

VPL e TIR

No projeto Otimização Integrada estão as áreas de Geologia, Geotecnia, Processamento Mineral, Projetos FEL (Front End Loading) 1 e 2, Planejamento Estratégico, Marketing e Tecnologia, entre outras. “Nesta primeira fase do trabalho, estamos realizando as otimizações integradas em nível de complexo de produção. A intenção é ampliar a metodologia para otimizações integradas de todas as minas de ferrosos da Vale”, diz Alexandre Barbosa Andrade, gerente de Otimização Integrada da mineradora.

Alexandre Barbosa Andrade, gerente de Otimização Integrada
Alexandre Barbosa Andrade, gerente de Otimização Integrada

A princípio, soluções já disponíveis no mercado atenderam às necessidades do projeto. Mas, com a evolução dos trabalhos, foi preciso implantar uma máquina virtual que suportasse a execução dos modelos de otimização mais complexos, com processamento em nuvem. Para a integração de todas as minas de ferrosos, a equipe avalia se terá que desenvolver uma solução complementar específica para a Vale. Quanto a mudanças nas minas, como as decisões decorrentes da nova metodologia se situam no horizonte estratégico da empresa, as alterações propostas serão planejadas a longo prazo e executadas por meio da implantação de projetos derivados.

Além de treinamentos nos softwares específicos de Planejamento de Mina, o projeto também implicou no desenvolvimento de processos internos para captura de múltiplas opções de premissas que, até então, eram consideradas de forma única. “Acreditamos que esse modelo tem permitido uma melhor análise de riscos por meio de análise de cenários”, avalia Andrade. Segundo ele, a geração desses múltiplos cenários foi um dos desafios do projeto por exigir a análise de grandes bases de dados para a melhor tomada de decisão. Outro foi a limitação computacional para o processamento de modelos de otimização complexos.

Até agora os principais resultados estão relacionados à otimização do sequenciamento de mina e à definição da data ótima de entrada de projetos. Ao final, também foi registrado um aumento de Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa Interna de Retorno (TIR) nos projetos trabalhados.

Tempo e eficiência

“A confiabilidade de estimativas de recursos e reservas minerais tem como um de seus principais pilares a integridade de suas informações e a robustez dos seus dados, constituindo um fator de extrema importância no processo de tomada de decisão. Essas práticas de gerenciamento da qualidade geram uma cadeia de informação auditável que permite, por exemplo, a certificação de recursos e reservas nas bolsas de valores”. Daí a importância de aprimorar seu processo de avaliação”, diz Ana Scarpari, geóloga da Gerência de Serviços e Governança de Dados Geológicos da Vale.

Ana Scarpari e Venissa Lima, geólogas da Gerência de Serviços e Governança de Dados Geológicos
Ana Scarpari e Venissa Lima, geólogas da Gerência de Serviços e Governança de Dados Geológicos

O projeto de QAQC Analítico começou a ser implantado no final do ano de 2022, já utilizando dados atuais e históricos das amostras de Curto e Longo Prazo de todas as minas de ferrosos da Vale no Brasil. Seu desenvolvimento foi realizado por uma equipe multidisciplinar, que contou com profissionais das diretorias de Serviços Técnicos de Mineração, de Geociências e de Planejamento e Programação dos corredores Sul, Sudeste e Norte.

Os dados de controle de qualidade (QAQC) de todas as minas de ferrosos da Vale no Brasil são destinados a um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados Geocientíficos. “Nós criamos uma interface direta desses dados com o software de Business Intelligence Power Bi®, a fim de fazer as avaliações de controle de qualidade, sem manipulação dos dados originais e de forma rápida e intuitiva”, conta Venissa Lima, também geóloga da Gerência de Serviços e Governança de Dados Geológicos da Vale. Segundo ela, ainda, a padronização de alguns parâmetros para todas as minas foi um dos grandes complicadores da nova plataforma.

O projeto não implicou em qualquer ajuste na infraestrutura das minas, mas apenas em treinamento dos profissionais envolvidos em sua criação, para utilização do software empregado, e já apresenta resultados positivos. Do ponto de vista quantitativo, a agilidade das análises registrou 4.000% de ganho de tempo ao mês. “O que antes demandava 44 h para ser feito, hoje é concluído em uma hora apenas”, compara Venissa. Em termos qualitativos houve redução de erros, melhorias na rastreabilidade da informação, diminuição expressiva de movimentos repetitivos e maior enfoque na mitigação de problemas dos dados.

Foto em destaque: página inicial do Power BI Analitics

 

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