Por Tébis Oliveira
O trabalho na junior company é recente – completará dois anos em setembro de 2016 – e o primeiro em uma empresa dessa natureza, mas não menos desafiador. É o que diz Júlio Nery, diretor das Operações de Minério de Ferro e da área corporativa de Relações Institucionais, incluindo Meio Ambiente, Comunidades e Segurança e Saúde Ocupacional, da australiana Crusader Resources.
Para ele, a principal diferença em relação a companhias de maior porte, cujo organograma é segmentado em divisões específicas, é tratar de assuntos diversos para impulsionar a mineradora. “No caso da Crusader há, ainda, um desafio adicional que é o de desenvolver projetos em uma ampla área geográfica, da Amazônia legal ao Nordeste e Sudeste brasileiro, regiões de cultura acentuadamente diferente que exigem uma maior adaptação aos procedimentos e costumes regionais”, acrescenta o executivo.
Nery tem conhecimento de causa mais que suficiente para sustentar essas comparações. O engenheiro de minas formado há 38 anos pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) passou a maior parte de sua carreira em gigantes do setor mineral: MBR (Minerações Brasileiras Reunidas), Cadam (Caulim da Amazônia), PPSA (Pará Pigmentos) e a própria Vale, entre 2008 e 2013, período em que a companhia já havia adquirido o controle acionário da produtora de minério de ferro e se desfeito dos dois negócios de caulim. A cobertura geográfica da atuação, no entanto, não era tão ampla quanto na Crusader hoje, dividindo-se entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e o Pará.
Nesta entrevista exclusiva à In the Mine, Nery fala da mina de Posse, em Caeté (MG), operação de minério de ferro iniciada em 2013, com produção de 400 mtpa e expansão para 800 mtpa em licenciamento. Fala também dos projetos de ouro Juruena (MT) e Borborema (RN), os mais avançados da junior australiana no Brasil, com implantação prevista para o final de 2016 e para 2017, respectivamente, e dos desafios logísticos e de mercado para viabilizá-los. O diretor conta também sobre a joint venture com a Lepidico para empregar o processo de extração, desenvolvido pela empresa australiana de tecnologia, no projeto Manga (GO), de lítio.
Finalizando, Nery diz que o Brasil tem uma mineração de primeiro mundo, em termos de lavra, beneficiamento e reabilitação ambiental das áreas utilizadas. Mas que ainda faltam critérios claros e agilidade aos processos de licenciamento e mecanismos de apoio à implantação de novos empreendimentos minerais.
- Tébis Oliveira é editora de Sustentabilidade e Novos Projetos da revista In The Mine
Faça o download do arquivo pdf e leia a entrevista, publicada na na edição 61 da revista In The Mine