O AVANÇO DOS COMANDOS À DISTÂNCIA

O Especial Operação Remota traz cases da AngloGold Ashanti, Kinross e Mineração Rio do Norte (MRN) referentes a processos de automação ou semiautomação já concluídos ou em implantação em suas unidades produtivas. Um obstáculo inicial foi a instalação de redes wi-fi e sistemas de telemetria que permitissem a operação não tripulada dos equipamentos ou o comando remoto de processos como o de desmonte.

Superada essa etapa, os resultados dos testes validam benefícios para além da segurança e melhoria das condições de trabalho dos operadores, como a otimização dos ciclos de trabalho das máquinas, o aumento da produtividade e estabilização dos processos produtivos, a redução de custos operacionais e a maior assertividade das intervenções de manutenção.

A AngloGold destaca os processos de automação das atividades de perfuração subterrânea e de desmonte remoto de rocha, iniciados na Mina Cuiabá em 2016 e ainda em evolução. A perfuração autônoma já é realizada em dois Fandrills DL421 (para execução de furos longos) e em um Jumbo DD422i (furos curtos), fabricados pela Sandvik, e será adotada em outros três Fandrills, com aquisição prevista para 2022.

No desmonte, o sinal wi-fi enviado pelo blaster, em uma sala dedicada e instalada no nível 11 da mina, dispara uma corrente elétrica que aciona os explosivos. Atualmente, esse processo é aplicado em 35% dos desmontes de rocha da mina Cuiabá. Mas deve chegar a 90% ao longo do segundo semestre de 2022, quando for adotado também na área de desenvolvimento de mina.

(AUTOMAÇÃO CONSOLIDADA NA ANGLOGOLD ASHANTI)

Na Kinross, o plano de automação da frota de perfuratrizes de superfície Pit Viper 271, fabricadas pela Epiroc, que operam na mina Morro do Ouro, em Paracatu (MG), está só começando. A incorporação da tecnologia foi incluída no planejamento estratégico da mineradora, elaborado em 2020, e visa atender à programação da quantidade de minério e estéril a serem desmontados. A automação será realizada em duas etapas: a primeira incluindo três modelos – os dois adquiridos em 2021 e um neste ano. Para 2023, está planejada a automação de outras três perfuratrizes mais antigas – duas adquiridas em 2018 e uma em 2020 -, que demandam maior investimento para sua atualização.

(INOVAÇÃO ESTRATÉGICA NA FROTA DA KINROSS)

Também de implantação recente, em novembro de 2021, a tecnologia CAT Command for Dozer desenvolvida pela Caterpillar e adotada um trator de esteiras D11T-TAG, da mesma marca, está sendo testada na Mineração Rio do Norte (MRN). Após a avaliação dos resultados, o mesmo sistema ou um similar poderá ser, no futuro, estendido a outros equipamentos da mineradora. Só em modelos D11 há 19 unidades operando na lavra e outros dois em serviços de apoio. Até o momento, a solução em análise é semiautônoma, com uso de um controle remoto através do qual o operador envia comandos diretamente para os sistemas eletrônicos embarcados na máquina através de sinais de rádio.

(TRATORES SEMIAUTÔNOMOS NA LAVRA MINERAL)

A automação completa deve se realizar até 2024, quando for concluída a a instalação da Estação de Operação. Então, um operador conseguirá controlar vários equipamentos simultaneamente, alternando o comando manual em um trator enquanto os outros operam de forma autônoma, obedecendo a comandos previamente programados.

 

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