Uma equipe de geólogos da Universidade de Barcelona, na Espanha, descobriu diamantes naturais formados sob baixa pressão e baixa temperatura em rochas oceânicas.
Os nanodiamantes, que medem entre 200 e 300 nanômetros de diâmetro, foram encontrados no Maciço Ofiolítico Moa-Baracoa, na região nordeste de Cuba, e contrariam a máxima da Geologia de que diamantes se formam sob altíssimas pressões e temperaturas a grandes profundidades da superfície terrestre, emergindo através de estruturas vulcânicas chamadas de quimberlitos.
Os ofiolitos que formam o maciço cubano são rochas oceânicas levadas à borda continental da América do Norte durante a colisão do arco da ilha do Caribe, entre 70 e 40 milhões de anos atrás.
Essas rochas sofreram alterações minerais devido a infiltrações da água do mar, processo que levou a pequenas inclusões fluidas no interior da olivina, mineral mais comum contido nelas. É nessas inclusões (foto) que os diamantes foram encontrados.
Crédito Foto acima: N.Pujol-Solà et al. – 10.7185/geochemlet.2029
OUTRA OCORRÊNCIA ATÍPICA NO CANADÁ
Mais uma ocorrência atípica de diamantes foi encontrada por outro grupo de geólogos, desta vez, da Universidade de Alberta, no Canadá. Nesse caso, a descoberta se deu em afloramento sobre um depósito de ouro ainda não explorado.
A condição é totalmente discrepante com o ambiente de 3 bilhões de anos atrás, concebido por cientistas, quando o metal nobre estaria presente em rochas muito antigas – conglomerados -, produto da erosão de antigas cadeias de montanhas que se depositam em canais de rios.
Na descoberta recente, os geólogos acreditam que, embora pequenos – menos de um milímetro de diâmetro – e sem valor econômico, os diamantes indicam que deve houve quimberlitos para trazê-los à superfície num passado muito mais longínquo da Terra do que se acreditava.
A hipótese levantada pela equipe é que eles podem ser derivados de uma raiz litosférica pequena e profunda, mas fria, que é a parte mais espessa da placa continental. Nunca antes na história da Geologia se viu igual.
Crédito Foto: Graham Pearson e Jesse Reimink