Em 1973, uma ala do Palácio dos Estados, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro, um grandioso edifício de estilo neoclássico com 91 salas, cuja construção foi concluída em 1908, foi atingida por um incêndio. Na época, o prédio histórico era ocupado pelo antigo DNPM, atual Agência Nacional de Mineração (ANM), e a ala incendiada abrigava uma biblioteca de 165 mil volumes sobre mineralogia e o maior acervo paleontológico do Brasil, totalmente destruídos pelo fogo. O palácio também era, então, sede do Museu de Ciências da Terra, que não teve suas coleções afetadas.
A CPRM (Serviço Geológico do Brasil), que se encontra sediada em parte do Palácio dos Estados, planeja reativar o museu e expandi-lo com a restauração da ala incendiada. As obras de restauração são estimadas entre R$ 60 e 80 milhões, dependendo das soluções tecnológicas empregadas, segundo o geólogo Noevaldo Teixeira, chefe do Centro de Geociências Aplicadas da CPRM. Atualmente, estão sendo elaborados os projetos executivos, que contaram com recursos de R$ 1,2 milhão financiados pela Petrobras. Também a Vale visitou as instalações do museu recentemente e sinalizou seu apoio ao projeto.
Qualquer empresa pode contribuir com 4% de seu Imposto de Renda devido, através do mecanismo da renúncia fiscal previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura. A captação de recursos financeiros será realizada através da aquisição de cotas de patrocínio: Diamante (uma cota de R$ 20 milhões), Platina (4 cotas de R$ 10 milhões) e Ouro (10 cotas de R$ 2 milhões). Esses valores podem ser revistos quando o orçamento da obra de recuperação for finalizado e o projeto tiver a aprovação da Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo, o que deve acontecer em 2022.
Maiores informações podem ser obtidas junto à Coordenação Geral do museu, com Célia Maria Corsino (celia.corsino@cprm.gov.br), com a assessora de Marketing e Projetos Especiais, Denise Assis (denise.assis@cprm.gov.br) ou com a coordenadora de Logística e Difusão, Nathalia Winkelmann Roitberg (nathalia.roitberg@cprm.gov.br).
O acervo do Museu de Ciências da Terra é composto de rochas, minerais, meteoritos e fósseis. Nesse patrimônio destacam-se as coleções com 61 meteoritos e 120 fósseis, além de uma biblioteca com 90 mil volumes. A coleção de paleontologia é uma das mais expressivas da América do Sul e sua criação remonta ao ano de 1908.