A Metso Outotec vendeu seu primeiro sistema Megaliner para uma grande mineradora brasileira. A negociação começou em 2018 e envolveu uma série de testes e visitas técnicas, inclusive ao Chile. A venda também coincide com a troca dos revestimentos atuais, cuja duração média é dois anos, mas será aumentada para três anos com o novo revestimento.
A aplicação da tecnologia vai ocorrer em um dos dois moinhos SAG na planta de processamento no Norte do Brasil, mas poderá ser estendida também para o outro equipamento.
Como se trata de um sistema, o Megaliner envolve a adoção de um revestimento híbrido de borracha e metal, comercialmente conhecido como Poly-Met, que é mais leve que os convencionais, cuja fixação é feita pelo lado externo do moinho, eliminando a presença de técnico no interior do equipamento. Além de mecanizada, a troca é mais rápida porque as placas também são maiores, possuindo o dobro do tamanho das peças atuais.
Todo o processo de montagem é feito pelo operador do manipulador de placas que posiciona a peça que será montada. Existem sistemas de guias para que não seja necessário a presença de outro técnico ao lado da peça durante este procedimento. O operador pode fazer tudo sozinho.
“Fizemos vários estudos com o cliente para definir um novo perfil híbrido, em substituição às placas metálicas que revestiam o moinho. Outra mudança foi o chamado ângulo de ataque, que passou de 20 graus para 25 graus”, explica Antônio Lisboa, gerente de Contas da Metso Outotec que atende diretamente a mineradora. De acordo com ele, o processo foi longo até mesmo porque as trocas são realizadas em ciclos de quatro anos:
“O uso de novos perfis foi simulado de várias formas, com uso dos recursos da Metso Outotec no Brasil e no Chile, onde está a fábrica dos revestimentos”
Além da melhoria operacional esperada, o novo sistema Megaliner Poly-Met amplia a segurança do processo, ao eliminar a necessidade de presença de técnicos no interior do moinho em atividades de troca e manutenção das placas. Adicionalmente ao sistema mecanizado e monitorado externamente, o sistema Megaliner em Poly-Met envolve a adoção de placas maiores – que já combinam o perfil alto e baixo do revestimento. Com isso, o número de peças que recobrem o moinho foi reduzido de 162 placas (sistema convencional) para 54 placas (pois além de agrupar os perfis alto e baixo, foi reduzido de 3 para 2 anéis).
Segundo Lisboa, a troca de revestimentos está prevista para acontecer em novembro de 2022 e deve agregar vários ganhos. Entre eles está a vida útil estimada, que passa de dois para mais de três anos. O próprio processo de substituição mecanizado deve reduzir o tempo de troca de 48 horas para aproximadamente 24 horas. A quantidade de peças foi diminuída em 67%, ao mesmo tempo que as novas placas Poly-Met exigem 33% a menos de fixações. Ele antecipa que a venda servirá como vitrine da solução para outras mineradoras no Brasil e deve, inclusive, virar paper em congresso internacional da área de mineração.
“O contrato celebra um histórico longo de parceria com o cliente e comprova a assertividade do trabalho da Metso Outotec em envolver engenharia, fabricação e suporte em todas as fases do processo”.