A InterCement, fabricante de cimento pertencente ao grupo Camargo Corrêa, figura como a empresa brasileira do setor mineral com maior índice de internacionalização. A constatação é da Fundação Dom Cabral, que anualmente realiza um levantamento sobre os grupos nacionais com os mais altos níveis de transnacionalidade, ou seja, uma combinação de três itens que revelam sua presença global: o percentual de seus ativos e funcionários no exterior, bem como a participação dessas operações externas no faturamento da empresa.
A soma desses itens rendeu à InterCement um índice de transnacionalidade de 0,539 (sendo 1 o maior nível), que a coloca em terceiro lugar no ranking das multinacionais brasileiras. Afinal, após adquirir a argentina Loma Negra, maior cimenteira do país, ela assumiu o controle acionário da portuguesa Cimpor, contando atualmente com 40 instalações para produção de cimento na América do Sul, África e Portugal, que somam uma capacidade instalada de 46 milhões t/ano. Nos últimos anos, por meio das operações da antiga Cimpor, a empresa avançou no mercado das ex-colônias africanas, cujo crescimento da demanda impulsionou sua instalação em Angola e Moçambique, bem como na África do Sul e Egito.
A lista, que é liderada pela Odebrecht (índice de 0,549), seguida pela Gerdau (0,547), conta ainda com outras três mineradoras: a Magnesita (6º lugar), o grupo Votorantim (15º) e a Vale (19º). Apesar de figurar entre as maiores exportadoras do país e entre as dez empresas com maior quantidade de ativos fora do mercado brasileiro, a Vale ficou com um índice de transnacionalidade de 0,290. Isto se deve ao fato de a maior parte de suas receitas ser gerada por operações em território nacional, ou seja, as exportações.