O projeto Assistente Virtual IA – Sala de Controle iniciou as primeiras tratativas em fevereiro de 2024 na unidade de Almas, da Aura Minerals, no Tocantins, e está em processo de implantação. A iniciativa representa um passo significativo no uso de tecnologias avançadas para aprimorar a eficiência operacional da instalação. “A implantação do assistente virtual integra Inteligência Artificial (IA) nas operações diárias da sala de controle e permite uma tomada de decisão mais rápida e precisa. A expectativa é que, plenamente implementado, o recurso possa não apenas antecipar problemas, mas também fornecer recomendações proativas para otimizar o desempenho operacional”, diz Gabriel Sapucaia, diretor de Operações da Aura Almas.
O projeto foi inicialmente liderado pela equipe de Engenharia de Processos, com o apoio das áreas de TI (Tecnologia da Informação) e Operações. Segundo o diretor, a liderança da equipe de processos foi crucial para direcionar o desenvolvimento do projeto piloto. A área de TI forneceu suporte técnico para a implementação das tecnologias e a integração dos sistemas. Da equipe operacional vieram insights práticos sobre o funcionamento diário da planta e a contribuição para validar as soluções propostas em ambiente real. Para Sapucaia, essa colaboração multidisciplinar permitiu que o projeto fosse desenvolvido de forma eficaz, garantindo que a solução atendesse às necessidades práticas da operação. Atualmente, o projeto está sendo amadurecido pela equipe de processos para posterior implementação em escala industrial.
Integridade e segurança
A implementação da IA na sala de controle permite a tomada de decisão em tempo real com base em análises de dados. O processo não apenas melhora a precisão das decisões, mas também nivela a operação entre diferentes turnos, garantindo uma consistência operacional difícil de alcançar apenas com intervenção humana.
O assistente virtual é projetado para antecipar problemas, disponibilizando recomendações proativas e ajudando a evitar interrupções da operação. A capacidade de analisar grandes volumes de dados em tempo real permite uma resposta rápida a quaisquer mudanças nas condições operacionais, melhorando a eficiência geral e a segurança. À medida em que o projeto avança para a implementação em escala completa, a expectativa é que esses benefícios se tornem ainda mais pronunciados, resultando em uma operação mais suave e eficiente.
Enquanto o projeto evolui para a escala industrial, os treinamentos específicos estão sendo planejados para realização posterior. No estágio atual, o foco é o desenvolvimento e refinamento do modelo, garantindo que ele esteja plenamente funcional e eficaz antes de ser ensinado aos operadores da sala de controle para uso em tempo real. Uma vez que o modelo esteja pronto para implementação em escala industrial, serão realizados treinamentos direcionados aos operadores, ensinando-os a utilizar a nova ferramenta, interpretar as recomendações e integrá-la em suas rotinas. O planejamento antecipado de capacitação assegura que, quando o projeto for escalado, a transição será suave e os colaboradores estarão preparados para maximizar os benefícios da nova tecnologia.
“Hoje, o DataLake, plataforma de BI (Business Intelligence) integrada que consolida todas as operações e áreas de suporte da Aura, comporta mais de 4 milhões de registros, enquanto o AAC (Aura Analytics Center) soma mais de 40 mil acessos mensais, enfatizando a demanda por informações confiáveis em tempo real”, explica Sapucaia. Quase 80% dos sistemas e aplicações estão em nuvem, bancos de dados e cibersegurança e a empresa segue evoluindo em governança e integração de dados. “As novas unidades operacionais e projetos da Aura MInerals, como Almas (TO) e Borborema (RN), já nascem digitais, 100% em nuvem e integradas aos sistemas globais de gestão”, completa o diretor.
Entre os benefícios esperados com o Assistente Virtual IA – Sala de Controle estão a otimização do throughput (taxa de transferência de dados), o aumento da produtividade, a redução da variabilidade dos processos e a diminuição no consumo de energia e insumos. A plataforma virtual analisará, também, variáveis críticas do moinho, auxiliando na identificação e resolução de gargalos em diferentes etapas da planta, o que contribui para um ciclo contínuo de melhorias, redução de custos e maior previsibilidade. A aplicação visa agir rapidamente, através de pequenas ações, para a otimização contínua do processo.
No decorrer da implantação do projeto houve ajustes na operação, em relação ao planejamento inicial. O desenvolvimento passou de uma equipe interna para uma empresa parceira, focada na elaboração de modelos matemáticos, que analisam diversas variáveis e geram dados essenciais para a tomada de decisão da equipe na sala de controle. Essa colaboração trouxe novos insights e exigiu adaptações na abordagem original.
“Nosso compromisso é manter uma jornada de inovação e melhoria contínua, com um foco estratégico na aplicação de tecnologias avançadas. Acreditamos que a IA é uma tendência na indústria de mineração, mas adotamos uma abordagem cuidadosa para sua implementação”, afirma o diretor. Para ele, antes de inovar é preciso ter um diagnóstico completo do potencial ganho com a aplicação de IA, de forma a garantir que os recursos sejam utilizados de maneira eficaz.
“Estamos falando de um projeto inovador que, inclusive já foi premiado em sua fase piloto por essa característica. Ele exige compromisso com o aprendizado, consistência, olhar estratégico e, sem dúvida, a superação de desafios”, conta Sapucaia. Entre os desafios, ele destaca a comunicação de dados entre os modelos matemáticos e o sistema de automação e enfatiza que os dados coletados em campo sejam precisos e que a segurança das informações esteja garantida, para proteger a integridade do sistema e das decisões nelas baseadas. “A integridade dos dados e a segurança são fundamentais para o sucesso da implementação do projeto”, conclui Sapucaia.
Foto em destaque: Sala de controle com IA em fase de implantação (Aura Minerals/Divulgação)