Por: Carlos Borel, vice-presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM)
Notadamente, o setor mineral global atravessa um momento de transformações e desafios significativos. Impulsionado pela transição energética, aumento da demanda por minerais estratégicos e intensificação de práticas sustentáveis, o mercado caminha em um cenário de oportunidades e ajustes estruturais. Em 2024, a dinâmica do setor foi redesenhada pela integração entre inovação tecnológica, governança responsável e expansão de mercados no cenário nacional e internacional.
No Brasil, a mineração tem desempenhado um papel fundamental para o setor econômico e, na Bahia, esse panorama se torna ainda mais relevante. Isso porque, ao longo do presente ano, testemunhamos um cenário de recuperação e adaptação diante dos desafios impostos pelas transformações globais, a exemplo das pressões ambientais e flutuações econômicas.
Com uma geologia rica e diversificada, a Bahia consolida-se em 2024 como um dos estados mais promissores do Brasil no setor mineral, refletindo o resultado de anos de investimento em pesquisa, infraestrutura e políticas de incentivo lideradas, principalmente, pelo Governo do Estado, por meio da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).
Entre os principais destaques da mineração baiana nos últimos meses está a produção de minerais como ouro, cobre, níquel, ferro, cromo e vanádio, essenciais para o setor siderúrgico, e a fabricação de baterias e suprimentos destinados à cadeia produtiva de energias renováveis. Ao longo do ano, o Estado da Bahia não apenas abasteceu essas indústrias estratégicas, como também gerou empregos, atraiu novos investimentos e fortaleceu o desenvolvimento regional por meio da mineração.
A crescente demanda global por minerais como terras raras, essenciais para a transição energética e produção de novas tecnologias, também posiciona a Bahia como um potencial fornecedor estratégico. Toda essa ascensão está profundamente alinhada às demandas contemporâneas por inovação e sustentabilidade, que a CBPM, sob a liderança do presidente Henrique Carballal, tem trabalhado para atender.
Para 2025, espera-se que a transição energética continue a moldar o panorama do setor mineral, o que representa uma grande oportunidade para empresas como a CBPM diversificarem seu portfólio em minerais críticos e estratégicos, enquanto mantém um foco em mitigar riscos regulatórios e geopolíticos. Inovar será essencial para garantir competitividade no cenário global. Neste sentido, nossa prioridade será equilibrar eficiência operacional com as demandas ESG.
Certamente, a pressão por práticas sustentáveis e transparência será ainda maior no próximo ano. Empresas de mineração deverão investir em tecnologias para reduzir emissões de carbono, otimizar o uso de água e energia e mitigar impactos socioambientais. Na Bahia, seguindo uma orientação do governador Jerônimo Rodrigues, o olhar da CBPM estará atento ao pilar da responsabilidade social, sobretudo no que tange ao desenvolvimento de projetos que integrem comunidades locais, promovam inclusão social e garantam benefícios econômicos compartilhados.
Em suma, o setor mineral deverá seguir como um pilar estratégico da economia, enfrentando desafios, mas também aproveitando oportunidades únicas. O ano de 2024 mostrou a resiliência e a capacidade de adaptação do mercado em um ambiente dinâmico e desafiador. Para 2025, a chave estará na capacidade das empresas de inovar, adotar práticas sustentáveis e alinhar-se às demandas globais por minerais críticos e estratégicos, essenciais à transição energética.
O Brasil e a Bahia, com sua pluralidade geológica, expertise no setor e posição geopolítica favorável, têm potencial para assumir um papel ainda mais relevante no cenário global, atuando em prol do crescimento econômico, preservação ambiental e desenvolvimento social de maneira harmônica e sustentável.