INCLUSÃO DE MULHERES NEGRAS NA VOTORANTIM CIMENTOS

INCLUSÃO DE MULHERES NEGRAS NA VOTORANTIM CIMENTOS

Ações para promover pessoas negras no mundo corporativo são fundamentais para proporcionar o desenvolvimento de carreira desses profissionais. No mês da Consciência Negra (20 de novembro), esse e outros desafios relacionados ao combate do preconceito racial são uma oportunidade para refletir e implementar políticas que contribuam para construir uma sociedade mais justa e inclusiva.

Nesse sentido, empresas que realizam programas específicos para os negros exercem um papel importante para reduzir as desigualdades no ambiente de trabalho, sobretudo iniciativas voltadas às mulheres negras, já que esse público é um dos que mais enfrentam dificuldades profissionais.

No Brasil, o boletim “A Persistente Desigualdade entre Negros e Não Negros no Mercado de Trabalho”, publicado em novembro de 2022 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), mostra que em um ano de retomada a das atividades econômicas diante do controle da pandemia da Covid-19, as mulheres negras foram as que menos conseguiram colocação profissional. Elas lideraram a taxa de desocupação relativa ao segundo trimestre de 2022, com um percentual de 13,9%, enquanto para não negras correspondeu a 8,9%. Já a taxa para os homens negros foi de 8,7% e para os homens não negros foi de 6,1%.

Erica Salazar
Erica Salazar

Erica Salazar, técnica de manutenção na fábrica da Votorantim Cimentos, a fábrica de Santa Helena, na cidade de Votorantim (SP), é uma das participantes do ciclo de 2023 do Programa de Mentoria para Mulheres Negras da companhia, que conta com a participação de 23 profissionais em todo o Brasil. Lançado em 2022, o programa é realizado em parceria com uma consultoria especializada em desenvolvimento étnico racial e foi idealizado para desenvolver mulheres na companhia que ocupam posições de analistas a consultoras.

A primeira edição capacitou 26 mulheres negras, autodeclaradas pretas ou pardas, que foram mentoradas por outras 16 mulheres que já ocupam posições de liderança. Ao longo da mentoria, realizada durante oito meses, as profissionais receberam orientações e compartilharam experiências sobre carreira e empoderamento, tanto sob a perspectiva de gênero como de raça. No período de mentoria, 30% das mulheres mentoradas foram promovidas.

“É muito importante que as empresas proporcionem espaços como esse programa, em que podemos refletir sobre a nossa própria atuação em relação às questões de gênero e raça não só no ambiente de trabalho, mas também fora da empresa, além de trazer pontos importantes para o desenvolvimento da nossa carreira”, avalia Erica. Natural do Pará e formada em licenciatura em computação, ela é moradora de Votorantim (SP) desde 2006 quando veio com seu marido em busca de oportunidades de trabalho.

Em 2007 conseguiu uma vaga de auxiliar administrativo como empregada terceirizada na fábrica de Santa Helena, em Votorantim, e passou a ter contato com as atividades em uma fábrica, o que despertou seu interesse em fazer o curso técnico de mecatrônica na Escola Técnica Estadual (ETEC) de Sorocaba. Ela concluiu o estágio do curso em outra empresa e em 2010 teve uma nova oportunidade na fábrica de Salto de Pirapora como técnica de planejamento, assumindo em 2019 a posição de técnica de manutenção, de volta à unidade Santa Helena.

“Hoje meus filhos, um menino de 13 anos e uma menina de 7, já estão maiores e eu estou cursando a faculdade de engenharia mecânica para buscar ainda mais conhecimento na minha área de atuação. Ainda hoje, muitas pessoas acham estranho uma mulher trabalhar na minha área, com equipamentos pesados, por exemplo. Mas nós temos a capacidade de realizar esse trabalho, aqui Votorantim Cimentos as mulheres sempre foram respeitadas e ouvidas”, afirma Erica.

Carreira e empoderamento em Goiás e Tocantins

Para a estudante de Administração, Victoria Chiles de Freitas (foto em destaque), os obstáculos que as mulheres negras podem lidar no trabalho é algo que já foi vivido na família, mas que ela enxerga como uma alavanca para transformação. “Por ser mulher e negra, a minha mãe viveu diversas situações de discriminação e preconceito nos locais em que trabalhou, mas me inspirei na garra e na força dela. Ela superou as adversidades e isso me motivou a também batalhar pelo meu espaço. O gênero e a cor da pele não vão determinar onde posso chegar”, disse Victoria, que iniciou a carreira como aprendiz de produção no negócio de açúcar e álcool em uma empresa na região de Edealina (GO).

Sempre atenta às novas vagas na região, Victoria viu a chance de mudar a sua trajetória quando a Votorantim Cimentos abriu um processo seletivo no município para jovem aprendiz. Essa e outras experiências adquiridas por Victoria na empresa contribuiu para ela assumir a posição de analista de facilities, passando a ser responsável pela gestão de todos os serviços que garante o funcionamento e a infraestrutura da fábrica da Votorantim Cimentos em Edealina.

Em setembro desse ano, Victoria começou a receber mentorias sobre carreira e empoderamento feminino após candidatar-se para participar do Programa de Mentoria para Mulheres Negras da companhia. “Quando comecei a minha trajetória às vezes precisava me impor no tom de voz para ser ouvida. Isso não é empoderamento, mas sim ter respeito e lugar de fala em qualquer ambiente. É uma realidade que hoje eu vivo em uma empresa que coloca em prática a sua cultura Jeito de Ser e que de fato inclui todas as pessoas. O Programa de Mentoria para Mulheres Negras está me ajudando sem dúvida a me reconhecer ainda mais como eu sou e a ouvir e ter empatia pelo próximo. É uma evolução que com certeza levarei para a vida”, acrescenta Victoria.

Amanda Silva da Conceição
Amanda Silva da Conceição

Já Amanda Silva da Conceição sempre sonhou em trabalhar na área de Recursos Humanos. Além de buscar formação profissional, ela se dispôs a mudar de cidade sozinha para construir carreira. Natural de Vitória (ES), morou no Pará e está atualmente em Xambioá (TO) trabalhando como analista de Gente Sênior na fábrica da Votorantim Cimentos. Como analista de Gente Sênior na Votorantim Cimentos em Xambioá, Amanda supervisiona todas as etapas que envolvem de processo seleção e recrutamento de pessoas, além de gerir projetos de treinamento, análise e avaliação de desempenho de mais 160 empregados diretos da unidade.

Na organização há quase um ano, Amanda se candidatou para participar do Programa de Mentoria para Mulheres Negras da Votorantim Cimentos e, após ser aprovada na seleção, passou a receber mentorias sobre carreira e empoderamento feminino. “É sempre importante ter acesso a iniciativas que nos fortaleçam como mulheres negras e os relatos que já ouvi nessa mentoria de outras profissionais que também chegaram a posições de destaque me fazem ter a certeza de que estou no lugar certo. Eu sabia que merecia mais e não aceitei ficar em lugares que queriam pessoas apenas para cumprir metas. Por meio desse programa, sinto que a empresa está comprometida em contribuir para adquirirmos mais segurança para crescermos em todas as áreas das nossas vidas”, acrescenta Amanda.

“Acreditamos que promover a diversidade e inclusão é essencial em nossa jornada de evolução. O reconhecimento e valorização do potencial de cada pessoa, com respeito às diferenças, é o que gera transformações e impactos positivos que reverberam para além do ambiente de trabalho. Por meio de iniciativas como o Programa de Mentoria para Mulheres Negras, fortalecemos as metas de equidade de gênero dentro dos nossos Compromissos de Sustentabilidade para 2030, impulsionando mudanças efetivas para construir uma sociedade melhor”, afirma a gerente geral de Gente da Votorantim Cimentos e mentora do programa, Sabrina Scanapieco.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.