No Lago Batata, localizado no município de Oriximiná, região Oeste do Pará, a família da Maria do Socorro Pereira está construindo um futuro promissor, agregando os conhecimentos tradicionais com as oportunidades oferecidas pelo Projeto de Apoio a Sistemas Agroflorestais (SAFs), desenvolvido pela Mineração Rio do Norte (MRN), que une geração de renda e preservação ambiental da região.
Desenvolvido desde 2005, o Projeto SAFs é parte do Programa de Educação Socioambiental (PES) da MRN, que constantemente investe em formação e informação para ajudar os comunitários na manutenção das florestas. A iniciativa contempla cursos, visitas técnicas, consultorias de plantio e cultivos e capacitações sustentáveis, como treinamentos para a produção de ração, adubo natural e biofertilizantes, horticultura, empreendedorismo, entre outros.
De compostagem, com a reciclagem de produtos orgânicos, passando pela criação de galinhas e plantação de mudas, são diversas as técnicas que ela aprendeu durante as atividades em curso, garantindo clientes e geração de renda para a comunitária. “A gente tem aprendido coisas que não sabíamos. Eu mesma não dava valor, mas, depois que fiz os estudos, eu valorizo muito porque sei que está dando resultados e agradeço a Deus pela MRN ter nos atendido”, declarou.
Com os resultados aparecendo, Socorro também percebeu o surgimento de clientes de localidades próximas e até mesmo de cidades vizinhas, como Óbidos. “Aprendi a fazer enxertos no viveiro que tenho, fazendo crescer plantas saudáveis, que em poucos dias já estão frutificando. A gente tem encomendas muito boas”, completou.
A iniciativa estimula a geração de renda em equilíbrio com a conservação ambiental e, atualmente, beneficia 43 famílias das comunidades Boa Nova, Casinha e Saracá, no Lago Sapucuá, Camixá, no médio Rio Trombetas, e no Lago Batata.
No projeto, equipamentos, ferramentas e materiais são fornecidos para auxiliar os pequenos agricultores rurais a realizarem o manejo das áreas, além de diversas ações que contribuem para o desenvolvimento das atividades executadas pelos produtores, incluindo visitas técnicas mensais, onde as famílias têm a oportunidade de tirar dúvidas e receber incentivo para a continuidade dos trabalhos.
Um ciclo de sucesso
A história de Maria do Socorro se entrelaça com a de sua filha, Roseli Pereira, que também participa do Projeto e todas as ações educativas nele contido como cursos, oficinas e assessorias promovidas pela MRN. Com o que aprendeu, iniciou uma atividade de criação e venda de aves. O trabalho já começou a dar bons resultados. “Minha mãe tinha uma criação de galinha caipira e falei para a gente trabalhar e ganhar dinheiro. Construí um pinteiro (gaiola ou cercado para criação de pintos) e comecei criando 20 pintos, que vendi e peguei 600 reais. Desse total, eu comprei mais aves e agora, se a gente vender, pegamos quase 5 mil reais. Tem que ter paciência e não desistir na primeira tentativa. É com pouco que a gente inicia e hoje temos bastante encomenda, graças a Deus e ao incentivo das pessoas”, disse.
Para Genilda Cunha, coordenadora do Programa de Educação Socioambiental da MRN, no qual o projeto está inserido, as iniciativas garantem a troca de saberes e o desenvolvimento sustentável da região. “Realizamos uma série de atividades com o intuito de desenvolver essas comunidades dentro das áreas que elas escolheram, pensando sempre no desenvolvimento de competências que as tornam capazes de gerar renda, com respeito às famílias e ao meio ambiente. Isso possibilita a troca de experiências entre os moradores e os técnicos da empresa”, afirmou.