IBRAM MOSTRA FORÇA POLÍTICA E PODER DE ARTICULAÇÃO

IBRAM MOSTRA FORÇA POLÍTICA E PODER DE ARTICULAÇÃO

Se houvesse uma música-tema para a cerimônia de abertura da Exposibram 2024 – maior feira e congresso de mineração do Brasil -, realizada no último dia 09 de setembro, seria “We are the world”, de autoria de Michael Jackson e Lionel Richie, gravada em 1985 por 45 cantores norte-americanos para o projeto USA for Africa. Não só o palco montado em um dos auditórios do Expominas, em Belo Horizonte (MG), ficou pequeno para acomodar tantos atores chamados a ocupá-lo – o que também aconteceu na gravação da música -, como a tônica dos discursos passava a ideia de salvação, não só da África, mas de todo o planeta, em razão da necessidade de recursos minerais para a transição energética, pauta do momento, e evolução tecnológica, tendência sem volta.

Entre os presentes estavam o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, representando o governador do estado, Romeu Zema; o presidente da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin), deputado federal Zé Silva; o governador da Bahia, Jerônimo Souza, juntamente com o presidente do Conselho de Administração e o presidente executivo da CBPM (Cia.Baiana de Pesquisa Mineral), Henrique Carballal e Carlos Borel, que vieram anunciar a realização da Exposibram 2025 no estado; a deputada federal Greyce Elias (Avante-MG), representando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; Alexandre D’Ambrosio, vice-presidente executivo da Vale; Mauro Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração; Inácio Melo, diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM); Alex Dias Carvalho, presidente da FIEPA (Federação das Indústrias do Pará); Marília Carvalho de Melo e Fernando Passalio, respectivamente secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais; e Sílvia França, diretora do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM).

O mérito de congraçar tantas autoridades de diferentes esferas de atuação em nome da causa minerária no país é, sem sombra de dúvida, do diretor-presidente do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração), Raul Jungmann. Seu longo histórico na política brasileira, de vereador a ministro da Defesa e Segurança Pública (governo Michel Temer), além de deputado federal por Pernambuco, seu estado natal, e presidente do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), certamente lhe angariaram um amplo e diverso rol de relações importantes. Ele soube muito bem capitalizar essa rede em prol do IBRAM.

Conscientização

Coube a Ana Sanches, presidente do Conselho de Administração do instituto e CEO da Anglo American Brasil, o primeiro pronunciamento do evento. Lembrando que, em criança, não tinha uma boa imagem da mineração, “que poderia acabar com as lindas montanhas de Minas Gerais”, a executiva disse ter hoje uma responsabilidade ainda maior de mudar a visão negativa que a sociedade tem do setor. “A mineração é realizada de forma responsável, sustentável e com inovação. Preserva 11 vezes mais áreas ambientais que outros setores produtivos e responde por 4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, além de ser extremamente essencial para a existência da sociedade moderna hoje e também para seu futuro”, afirmou.

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Ana Sanches, presidente do Conselho de Administração do instituto e CEO da Anglo American Brasil

Lembrando ainda que não há transição para uma energia limpa sem mineração, Sanches disse que cabe à atividade promover o uso racional dos recursos minerais e deixar um legado positivo para as comunidades onde atua, o que vai além dos investimentos públicos proporcionados pela repartição da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) entre estados e municípios. “A mudança da percepção negativa sobre a mineração deve começar com um trabalho de conscientização já nas escolas. Além disso, o setor mineral precisa aproveitar as oportunidades de trabalhar de uma forma mais coletiva, unindo outros órgãos e agentes, processo em que o IBRAM tem um papel fundamental”, acrescentou Sanches.

A executiva destacou que o setor precisa de segurança jurídica para ter previsibilidade, de maior conhecimento geológico do território brasileiro e do fortalecimento da ANM, e que as tragédias de Mariana e Brumadinho (rompimento das barragens da Samarco e Vale/BHP, em 2015 e 2019, respectivamente, em Minas Gerais) nunca serão esquecidas. “A Carta-Compromisso de ESG (princípios ambientais, sociais e de governança corporativa) lançada pelo IBRAM há cinco anos é uma prova de nosso comprometimento com a sustentabilidade da mineração brasileira”, concluiu.

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Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração)

Realizações

Na sequência, Jungmann falou do aumento de expositores na Exposibram 2024 para mais de 600 estandes contra 430 na edição anterior, o que levou à ampliação da área da exposição para 15 mil m2, mobilizando cerca de 3,6 mil trabalhadores e ocupando 90% da capacidade de hospedagem da cidade de Belo Horizonte. Entre os marcos da atividade de mineração, o presidente do IBRAM destacou o faturamento de R$ 250 bilhões, a geração de 2,2 milhões de empregos diretos e indiretos, o recolhimento de cerca de R$ 9 bilhões de CFEM no primeiro semestre de 2024 e a participação de 32% no superávit da balança comercial brasileira.

O executivo também lembrou da importância da criação da FPMin para o encaminhamento de temas de interesse do setor. Fazendo um balanço das realizações do IBRAM, Jungmann citou a primeira campanha nacional de publicidade veiculada pelo órgão em grandes mídias, que alcançou 86 milhões de brasileiros; a estruturação de 12 grupos de ESG para a coleta de dados referenciais desses princípios; e o primeiro inventário de pegada de carbono do setor mineral. “Com esse trabalho comprovamos que a mineração responde por apenas 0,3% de todas as emissões de carbono no país”, afirmou.

Jungmann citou, ainda, acordos firmados com a APEX (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) e o SEBRAE (Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas) para, respectivamente, internacionalizar e promover o fortalecimento e a competividade de pequenos negócios de mineração. Durante a solenidade de abertura da Exposibram 2024 também foi firmado um acordo de cooperação com o chefe do Gabinete Militar do governo de Minas Gerais, coronel Carlos Otoni Garcia, para promover a capacitação dos agentes públicos em gestão de riscos e de desastres. A iniciativa visa reforçar a segurança em relação às operações de mineração e a capacidade de resposta dos agentes públicos para prevenir riscos. “Temos uma forte preocupação com a segurança porque aprendemos com nossos erros”, assegurou Jungmann, claramente se referindo aos desastres de Mariana e Brumadinho.

 

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