ESTRUTURA PRODUTIVA DO NIQUEL NO BRASIL

ESTRUTURA PRODUTIVA DO NIQUEL NO BRASIL

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Por Mathias Heider, Engenheiro de Minas da ANM/Sede
  1. Introdução

Existem três tipos conhecidos de depósitos de minério de níquel: sulfetados, lateríticos e nódulos magnesianos marinhos (atualmente não viáveis). Os minérios sulfetados têm um menor custo de produção e aplicações que exigem um maior grau de qualidade. Por sua vez, o minério laterítico é cada vez mais relevante para a produção mundial de níquel, uma vez que a produção oriunda do níquel sulfetado não é capaz de atender a demanda mundial desse bem mineral. Por outro lado, tem maior custo de obtenção e exige acurada caracterização tecnológica e geometalúrgica visando definir a melhor rota (pirometalurgia, hidrometalurgia, etc) para sua obtenção.

Logicamente isso implica na elevação dos investimentos (maior CAPEX e OPEX), associada ao maior risco dos projetos e a um cenário favorável de cotações, haja vista a volatidade observada ao longo destes últimos anos. O uso crescente do níquel na indústria de baterias para veículos elétricos, hoje em torno de 5 a 7% do mercado, mostra um potencial para atingir 30%, impactando na oferta e consumo desse bem mineral. Nesse cenário, o Brasil já surge como um expressivo produtor, com potencial para atingir um patamar semelhante ao existente no Canadá e na Austrália.

  1. Produção Mundial de Níquel

 Em 2020, a produção global de níquel atingiu cerca de 2,5 milhões de toneladas, representando o dobro em relação ao ano 2000  (Tabela 01). Houve um expressivo crescimento da produção na Indonésia e nas Filipinas, mostrando a dominância das empresas que extraem o níquel a partir do minério laterítico (limonitico e saprolitico), associada à dificuldade de novos projetos a partir de níquel sulfetado.

 

Produção Mundial de Níquel (contido) em toneladas
País Ano
2000 2020
Indonésia 98.200 771.000
Filipinas 23.500 334.000
Nova Caledônia 127.493 200.000
Brasil 45.317 77.100
Rússia 270.000 283.000
Canadá 190.728 167.000
Austrália 168.300 169.000
China 51.100 120.000
Outros países 275.370 338.900
Total 1.250.000 2.510.000

Tabela 01: Produção mundial de níquel (contido)

Fonte: USGS

 

  1. Histórico da produção de níquel no Brasil

 No início da produção de níquel no Brasil, o estado de Minas Gerais foi precursor com operações de pequeno e médio porte, inicialmente nos municípios de Liberdade, Ipanema e Pratápolis. As primeiras citações relativas à produção de níquel no Brasil remontam a 1915, em Livramento (MG), atual Liberdade, pela Companhia de Níquel do Brasil, com produção praticamente paralisada atualmente. Na década de 40 há relatos de produção de níquel em Jacupiranga (SP), onde a CPRM (Serviço Geológico do Brasil) apontou a existência de reservas remanescentes em torno de 13 milhões de toneladas, com 1,4% de Ni.

A empresa Niquelminas tem a concessão de lavra 001.492/1940 (decreto presidencial 8.320), situada em Ipanema (MG). A mina de Santa Cruz foi descoberta por Sebastião Soares da Cunha na década de 1930 e ficou ativa até 1974. Em novembro de 2021, a Companhia Niquelminas entrou em acordo com a empresa Atlântica Minas para operacionalização da lavra via arrendamento.

Já a Comercial Lilian operou até 2011 com o titulo minerário 005.304/1957, em Pratápolis (MG). Em 2010 e 2011 operou a um ritmo de 700 toneladas por ano de níquel contido.

Por sua vez, a Morro do Níquel funcionou entre 1966 e1998 (atingindo produção anual entre 2.500 a 3.000 toneladas), em Pratápólis (MG), por meio da Anglo American (Decreto Nº 49.228, de 16 de novembro de 1960),  sendo responsável pelo desenvolvimento do processo de produção de ferroníquel e formação de parte do quadro técnico especializado da mineradora.  Em 2004, a empresa foi vendida para a Morro Azul, que aproveita outras substâncias minerais para a obtenção de termofostafo.

A jazida de níquel e cobre existente em Americano do Brasil (GO) foi descoberta em 1973, pela Metais de Goiás S/A – METAGO, e explorada pela Prometálica Mineração Ltda, que operou de 2006 a 2013 (níquel e cobre).  Seu ritmo de produção chegou a atingir 2.000 toneladas anuais de níquel contido e cerca de 2.800 toneladas de cobre contido, em 2011.

No ano de 1942, a empresa Comercial de Goiaz foi reorganizada com o nome de Companhia Níquel Tocantins – CNT (Brasimet/Rothschild) e adquirida pelo Grupo Votorantim, em 1957. Em 1981/82 iniciou suas operações com capacidade inicial de 5.000 toneladas anuais. Foram investidos cerca de US$ 500 milhões em duas etapas de expansão para atingir a capacidade anual de 17.500 toneladas. A segunda linha de produção entrou em funcionamento em 1983. O minério era transformado na forma de carbonato de níquel (através do processo Caron) e, posteriormente refinado na metalúrgica do grupo, no bairro de São Miguel Paulista (São Paulo/SP), para obtenção de níquel eletrolitico e cobalto. A empresa operou até 2016.

Em 1998 deu-se o início das operações do Projeto Fortaleza de Minas (níquel sulfetado), do Grupo Rio Tinto, através da Mineração Serra da Fortaleza, com investimento de US$ 233 milhões e capacidade de produção anual de 10.000 toneladas de níquel contido (no produto “matte” de níquel). Em 2003, a Votorantim adquiriu esse projeto – mina subterrânea e unidades de concentração e metalurgia – por US$ 77 milhões, operando até 2013. Em 2012, a Votorantim produziu cerca de 12.800 toneladas de níquel contido nessa unidade. A planta metalúrgica da Mineração Serra de Fortaleza fundiu também o concentrado de níquel adquirido pela Votorantim junto à mina Santa Marta, da Prometálica Mineração, e à mina Santa Rita, da Mirabela Mineração, na Bahia.

A partir da década de 1980, surgem projetos de maior porte, como os da Votorantim e Rio Tinto (Tabela 02).

Tabela 02

Evolução dos projetos de níquel no Brasil a partir de 1980

(Principais empresas)

Ano Ocorrência
 

1981/82

Votorantim inicia operação da Companhia Niquel Tocantins – CNT (Niquelândia/GO)
Anglo American inicia operação da Codemin (Niquelândia/GO)
 

1998

Rio Tinto inicia operação da Mineração Serra da Fortaleza (Fortaleza de Minas/MG)
Morro do Níquel paralisa suas operações em Pratápolis (MG)
2003 Votorantim compra Mineração Serra da Fortaleza, da Rio Tinto, por US$ 77 milhões
 

 

2006

Vale compra a INCO, no Canadá, por US$ 18,24 bilhões
Prometálica Mineração Centro Oeste inicia operação de jazida de Níquel/Cobre (Americano do Brasil/GO)
2009 Mirabela Nickel inicia operação da Mirabela Mineração (Itagibá/BA)
2010 Horizonte Minerals começa a desenvolver o Projeto Araguaia (Conceição do Araguaia/PA)
2011 Vale inicia operação da Mineração Onça Puma (Ourilândia do Norte/PA)
Anglo American Níquel inicia operação em Barro Alto/GO
2013 Votorantim paralisa Mineração Serra da Fortaleza
Prometálica Centro Oeste encerra suas operações
2014 Brazilian Nickel adquire projeto Piauí Nickel (Capitão Gervásio de Oliveira/PI), da Vale
2015 Horizonte Minerals adquire o projeto Glencore Araguaia, da Glencore, integrando-o ao Projeto Araguaia
2016 Votorantim paralisa produção na CNT (Niquelândia/GO) e planta metalúrgica (São Paulo/SP)
Mirabela Nickel paralisa a operação da Mirabela Mineração
2017 Horizonte Minerals adquire o projeto Vermelho (Canaã dos Carajás/PA), de níquel-cobalto, da Vale
2018 Centaurus Metals adquire o projeto de níquel-cobalto Itapitanga, (São Félix do Xingu/PA) da Anglo American e Vale
 

 

2019

Centaurus Metals troca projeto Salobo West por projeto Jaguar (Tucumã) com a Vale
GK Resourses adquire Morro Sem Boné (Comodoro/MT) da  Anglo American, por US$ 13 milhões
Atlantic Nickel (grupo Appian Capital Advisory) adquire Mirabela Mineração (Itagibá/BA) e anuncia retomada de operações da mina Santa Rita

Fonte: Diversas, ajustado por Heider

Estrutura produtiva de níquel no Brasil

 Atualmente existem três empresas de grande porte operando no Brasil: Mineração Onça Puma (Vale), Anglo American Níquel (Barro Alto/Codemin) e Atlantic Nickel.

Com investimento de US$ 100 milhões, a Codemin (cujo depósito foi descoberto na década de 1960) inaugurou, em agosto de 1982, sua primeira linha de produção e, no ano seguinte, a segunda linha. A composição acionária inicial era formada pela Minorco Brasil Participações Ltda (89,86%) e outros (10,14%). Em 2002, a Codemin foi adquirida pela Anglo American por US$ 35 milhões. Em 2011 foi implementado o projeto Barro Alto, aproveitando as sinergias com o projeto Codemin, onde o minério está sendo beneficiado.

A história do projeto de níquel “Mirabela”, em Itagibá (BA), começa entre os anos de 1979 e 1985, com a pesquisa realizada na Fazenda Mirabela, inicialmente pela Mineração Nhambu, que considerou os depósitos de pouca significação e, posteriormente, pela Caraíba Metais que, por motivos operacionais e de mercado, desistiu das áreas. Em meados de 1988, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) requereu as áreas para novas pesquisas. Somente em 2002, o investidor australiano Bill Clough, vinculado ao grupo também australiano Mitchel River Group, assumiu o projeto e os investimentos necessários, constituindo a Mirabela Nickel, que venceu o processo licitatório para concessão dos direitos minerários da jazida aberto pela CBPM. Após três anos de sondagens e de estudos geotécnicos e de topografia, conclui-se pela viabilidade do projeto, cuja operação foi iniciada em 2009, com escoamento da produção pelo Porto de Ilhéus, em posição estratégica a 140 km da planta.

Paralisada em 2016, a operação foi retomada em 2019, com a aquisição da mineradora pela Atlantic Níquel, controlada pelo grupo Appian Capital Brazil, do fundo de investimentos londrino Appian Capital Advisory. Trata-se da única produtora de níquel sulfetado em operação no país, com o fechamento das minas da Prometálica Centro Oeste e Serra da Fortaleza. Novas pesquisas elevaram substancialmente as reservas desse projeto, além da valorização do níquel sulfetado em aplicações nas baterias para veículos elétricos.

As primeiras pesquisas do Projeto Onça Puma (PA) foram realizadas na década de 1970, através da Minerosul. Em 2002, a Canico Resource Corp, que tem sede em Vancouver, no Canadá, assumiu o controle dos depósitos, com a criação da Mineração Onça Puma. Em 2006, a Vale adquiriu a totalidade das ações da Canico, que lhe custou R$ 1.782 bilhão. O projeto Onça Puma começou a operar em 2011, com uso da tecnologia forno RKEF. A Vale se encontra na etapa de estudo de viabilidade para implementação do segundo forno com capacidade estimada de 12 a 15 mil toneladas de níquel contido por ano.

Desde 2010, a Horizonte Minerals desenvolve o projeto Araguaia (com tecnologia RKEF), integrado ao projeto Glencore Araguaia, adquirido da anglo-suiça Glencore em 2015, com produção anual estimada de 52.000 toneladas de FeNi (14.500 Ni contido). A mineradora também adquiriu da Vale, por US$ 8 milhões, o projeto Vermelho (prevendo a tecnologia HPAL – lixiviação ácida sob pressão), aproveitando as sinergias existentes (estudos da Vale estimavam a produção de 47 mil toneladas de FeNi e 2.500 t de cobalto) nesses dois projetos. Em 2019, o projeto Araguaia recebeu a Licença de Instalação (LI).

Em 2020, a produção beneficiada do níquel no Brasil foi da ordem de 77.100 toneladas de níquel contido (Tabela 03). Os projetos da Horizonte Minerals e da Brazilian Nickel serão os próximos a entrar em produção no Brasil (Tabela 04).

Tabela 03

Produção Beneficiada de Níquel (contido) no Brasil

(em toneladas)

2010 63.905 2016 78.650
2011 83.929 2017 68.803
2012 86.649 2018 65.254
2013 78.893 2019 55.761
2014 109.397 2020 77.141
2015 89.302    

Fonte: RAL/AMB GEMI/ANM

Tabela 04

Principais minas, projetos e potencialidades de níquel no Brasil

 

Empresa Projeto/UF Situação Tipo Obs
Vale Onça Puma/PA Ativo Laterítico Rota RKEF
Atlantic Nickel Santa Rita/BA Ativo Sulfetado Concentrado de Níquel
Anglo American Barro Alto/GO Ativo Laterítico
Codemim/GO Ativo Laterítico
Jacaré/PA Em avaliação Laterítico
 

 

 

 

Grupo Votorantim

CNT/GO Paralisado

(2016)

Laterítico Carbonato de Níquel/Níquel eletrolítico

 

Fortaleza de Minas/MG Paralisado

(2013)

Sulfetado
Montes Claros de Goiás/GO Potencial Projeto Laterítico
Anicuns/GO Projeto potencial Laterítico
Limoeiro/PE Projeto potencial Sulfetado
Jacupiranga/SP Projeto potencial Sulfetado
Brazilian Nickel Capitão Gervásio de Oliveira/PI Em Implementação Laterítico 25 mtpa de níquel/
Horizonte Minerals Araguaia/PA Em implementação Laterítico Rota RKEF
Vermelho/PA Em avaliação Laterítico Rota HPAL
SK Resources Morro sem Boné/MT Projeto potencial Laterítico Guaporé Mineração
Centaurus Jaguar/PA Em avaliação Sulfetado Troca de ativo com a Vale
Itapitanga/PA Projeto potencial Laterítico
Companhia Níquel Santa Fé Santa Fé de Goiás e Iporá/GO Projeto potencial Laterítico Requerimento de lavra
INVI Iporá e Jussara /GO Projeto potencial Laterítico Requerimento de lavra
Prometálica Americano do Brasil/GO Paralisado Laterítico Concentrado de Ni e Cu
Bemisa Canabrava/GO Em avaliação Sulfetado

Fonte: Diversas, ajustado por Heider

mercado-Figura1 

 Tabela 05: Titulos minerários Níquel

mercado-Tabela5a

Fonte: Cadastro Mineiro/DIGEO-ANM

 

  1. Crescimento de mercado para o níquel

 A demanda do níquel para baterias está atualmente em torno de 5%, podendo atingir 30% até 2040, de acordo com Wood Mackenzie, empresa global de pesquisa e consultoria para a indústria de recursos naturais. O mercado de aço inoxidável usa níquel de Classe 1 (alta pureza) e Classe 2 (baixa pureza). Historicamente, apenas a Classe 1 é adequada para produtos químicos de grau de bateria. Estão sendo realizadas pesquisas para a conversão bem-sucedida do níquel da Classe 2 para a Classe 1.

A rapidez com que surge um déficit potencial no fornecimento de níquel da Classe 1 dependerá de vários fatores, incluindo a velocidade de adoção de veículos elétricos, a escolha da tecnologia da bateria, a disposição das empresas de mineração de reiniciar os projetos de produção da Classe 1 (níquel sulfetado), o potencial de avanços tecnológicos no refino competitivo do níquel Classe 2 e o potencial de aumento da reciclagem de níquel Classe 1.

Por outro lado, na questão ambiental, estudos mostram que as operações de lixiviação ácida de alta pressão (processo HPAL) produzem de 24 a 27 kg de dióxido de carbono equivalente para cada 1 kg de níquel produzido, enquanto as operações de níquel sulfetado geram de 8,8 a 18,8 kg.

O níquel de grau de bateria, ou níquel de Classe 1 (que contém mais de 99,8% de teor de níquel), usado em baterias recarregáveis ​​é um dos principais beneficiários, especialmente com a configuração de baterias de óxido de níquel/manganês/cobalto (NMC) usadas em veículos elétricos (EV), que está se alterando de uma proporção de 1:1:1 (ou seja, níquel, manganês e cobalto usados ​​na mesma proporção) para 5:3:2 e depois para 8:1:1 (com oito partes de níquel para uma parte de manganês e cobalto cada). Essa nova composição do níquel nas baterias demandará a elevação da oferta do níquel Classe 1 e a imposição de prêmios para a qualidade desse produto.

A agência de preços de commodities e análises de mercado Fastmarkets espera que o uso de níquel em baterias de íons de lítio aumente de 115.000 toneladas em 2020 para cerca de 580.000 toneladas em 2025. Os preços voláteis do níquel prejudicaram os investimentos nos projetos desse mineral. Porém, o cenário de crescimento de sua demanda poderá trazer cotações mais consistentes, minimizando os riscos de mercado. O Brasil tem hoje uma situação muito favorável, em termos de reservas e potencial de novas descobertas, para atuar na oferta desse produto.

Referências

Almeida S. 1998. Petrologia de Rochas Ultramáficas Associadas ao Grupo Andrelândia e seu Embasamento, na região de Liberdade, Arantina, Andrelândia, São Vicente de Minas e Carrancas, MG. Tese de doutorado, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 194 p.

https://www.anm.gov.br

https://www.ibram.org.br

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http://www.bakersteelglobalfunds.com/wp-content/uploads/2020/05/Whats-next-for-nickel-Baker-Steel-May-2020.pdf

https://brasil.angloamerican.com/pt-pt/imprensa/noticias/year2011/18-12-2011

https://ideiasustentavel.com.br/anglo-american-comemora-tres-decadas-de-atuacao-em-niquelandia-go/

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https://revistamineracao.com.br/2018/02/05/centaurus-compra-projeto-de-mineracao-no-para/

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https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/wp-content/uploads/sites/233/2012/03/v11n2a04.pdf

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https://www.spglobal.com/marketintelligence/en/news-insights/podcasts/451-research-episode-57

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http://www.anpad.org.br/periodicos/arq_pdf/a_1326.pdf

https://api.mziq.com/mzfilemanager/v2/d/53207d1c-63b4-48f1-96b7-19869fae19fe/886b4313-ff9b-3312-2407-1d38e35d955a?origin=1

https://horizonteminerals.com/br/pt/projeto_araguaia/

 

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