ESTRATÉGIA PARA UM MUNDO DIGITALIZADO

Tiago Affonso Ferreira Nunes, head de Mineração da Pöyry, diz que um denominador comum entre a mineração e outros segmentos econômicos é que as companhias não precisam de uma estratégia digital, mas de uma estratégia para um mundo digitalizado. Para ele, a transformação digital não altera as prioridades de busca por maior produtividade e disponibilidade e de redução dos custos operacionais, com observância de questões ambientais e de segurança. No entanto, provê as ferramentas para a coleta e análise de informações que auxiliarão na tomada mais rápida de decisões, baseada em dados analíticos, tanto para reagir a mudanças de mercado quanto para promover melhorias operacionais.

Nos projetos que desenvolve, a consultoria parte do conceito de Smart Site, um conjunto de serviços de digitalização que emprega tecnologias emergentes como a IIoT (Industrial Internet of Things), Analytics, Modelos de Machine Learning, Realidade Aumentada, Digital Twins e Big Data, para conferir mais eficiência, segurança e qualidade aos ativos produtivos das mineradoras e das usinas.

Tendências para automação de lavra e transporte

Na lavra e transporte, diz Nunes, a solução mais buscada é a automação dos equipamentos móveis, reduzindo seus custos de manutenção e aumentando a segurança operacional nas minas. No beneficiamento, destacam-se os sistemas de análise do concentrado em tempo real e nas várias etapas de produção, para garantir sua qualidade final homogênea e dentro da expectativa dos processos.

Tiago Nunes

Tiago Nunes, head de Mineração da Pöyry

Esse sensoriamento de dados depende de um sistema de comunicação eficiente, que tem evoluído com o uso de redes de fibra óptica nas mineradoras. Sistemas de coleta automatizada de dados, juntamente com sensores inteligentes, integrados aos sistemas instalados na mina também têm permitido monitorar o impacto ambiental da operação, assegurando o armazenamento de dados históricos, com economia de tempo e recursos.

Para as barragens de rejeito, embora a disposição a seco seja uma meta da mineração, Nunes pondera que seu custo ainda é mais elevado e que sua viabilidade depende de variáveis como valor de mercado, qualidade do produto final, tempo estimado de vida do empreendimento, custos de implantação e operacionais e perspectivas de mercado.

Inteligência nos sistemas e na participação humana

Foco de projetos em desenvolvimento ou já em operação, a automação hoje conta com sistemas inteligentes como o Big Data e o Aprendizado de Máquina, que permitem ajustes ao longo do processo produtivo e devem restringir a presença humana à fiscalização dos processos e à correção preditiva de falhas.

Avaliando que a relação custo/benefício, quebra de paradigmas e disrupção são variáveis importantes na tomada de decisão de um setor cujo produto é fortemente influenciado por variações de demanda e preço, Nunes considera que qualquer solução rumo à indústria 4.0 deve cumprir alguns propósitos básicos: ter um custo atrativo, agregar qualidade ao produto final, aumentar a produtividade, contar com manutenção preditiva e melhorar a segurança operacional, elevando o patamar de competitividade da mineradora.

 

 

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