ELES VIVERAM AQUI

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Por: Tébis Oliveira

Inaugurado em 7 de novembro passado, o Geossítio K-Pg Mina Poty, em Paulista, Pernambuco, é o único no Brasil que possui registros que comprovam a queda do meteoro que marcou o fim da era dos dinossauros. As evidências foram descobertas em 1993 pelos pesquisadores Gilberto Albertão e Paulo Martins, membros de uma equipe do Departamento de Geologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), que estuda a Mina Poty, da Votorantim Cimentos, desde meados do século XX.

Mina Poty, em Pernambuco

O meteoro caiu há cerca de 66 milhões de anos no Golfo do México, mas seu impacto causou uma catástrofe ambiental e dizimou entre 64 e 85% de todas as espécies então existentes, nos biomas marinho e terrestre. O evento marca o fim do tempo geológico Cretácio (K) e o início do Paleógeno (Pg), siglas que integram a denominação do Geossítio.

A área reúne uma série de provas que confirmam sua relevância científica. Entre elas: a existência de microesférulas e fragmentos de quartzo, também encontrados em outras partes do mundo, produzidos pelo calor gerado no momento da colisão do meteoro; rochas com indícios de tsunami e presença do elemento índio, existente somente em meteoritos; a descoberta de um crânio completo, vértebras e osteodermos de crocodiliforme marinho, da espécie Guarinisuchus munizi (“crocodilo guerreiro”) e de partes da carapaça e outros ossos da tartaruga Inaechelys pernambucensis (rainha do mar de Pernambuco), encontrados em rochas da mina. Ambos sobreviveram à queda do meteoro e viveram na costa do nordeste brasileiro há 62 milhões de anos.

O geossítio é conservado pela Votorantim Cimentos, que o abriu à visitação pública. O agendamento pode ser feito em geossitio.poty@vcimentos.com.

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