EXPECTATIVA GLOBAL
Evidente que as indefinições na chamada zona do euro estão se arrastando muito tempo mais que era previsto e que a recessão e queda no nível de atividades já se faz sentir nas exportações brasileiras e nas da própria China. O cenário, portanto, é de uma virada de ano de grande expectativa, à espera de um desenlace favorável, que não ponha a perder a extraordinária recuperação da economia mundial nos últimos anos.
Esta edição do Anuário Brasileiro da Mineração Regional reflete evidentemente essa preocupação também entre os agentes da mineração brasileira. Mas isso ocorre de maneira pontual, em geral com o dilatamento dos prazos de implantação de um empreendimento e, em menor escala, o adiamento e cancelamento de projetos de menor rentabilidade. A regra, portanto, é de confirmação dos investimentos, mesmo porque a mineração sempre será um negócio de longo prazo e não pode reagir somente a espasmos do mercado.
Vale, de qualquer modo, o alerta de especialistas reunidos na Exposibram’2011, em setembro último: o Brasil precisa e deve diversificar mais sua produção mineral. E, para isso, é necessário, sobretudo, um maior grau de detalhamento geológico de áreas e a solução de pendengas históricas. Por exemplo, a questão da mineração em terras indígenas que, agora, voltou a ser discutida no Congresso Nacional.
Diversificação que passa também pelo aumento na produção dos minerais de uso agrícola, que deverá vir justamente dos projetos atualmente na fase de prospecção e sondagem, alguns deles na costa oceânica. Para fins de registro, é importante dizer que a própria Vale, ao revisar recentemente seu plano de investimentos, manteve seu projeto de carnalita no Sergipe.
Wilson Bigarelli – editor@inthemine.com.br