POR UM NOVO CONCEITO
Dezessete das mais importantes mineradoras em operação no Brasil apresentam nesta edição seus Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS). Algumas tem ações negociadas em bolsas de valores e seguem os princípios da governança corporativa estando, portanto, comprometidas com políticas e práticas de absoluta transparência para com seus investidores, o que explicaria, em tese, sua boa vontade em figurar nesta publicação.
Outras são empresas de capital fechado o que, em oposição às primeiras, lhes serviria de justificativa para resguardar informações internas. Não foi o caso: também elas estão aqui. Para os dois grupos nunca é demais repetir o que já foi dito na primeira edição deste Anuário em 2009: essas mineradoras são prova de que há sim parâmetros e metas de sustentabilidade para suas operações e que é possível definir os primeiros e realizar as segundas. A mineração deve ser entendida nesses termos e a partir do paradoxo que tornou uma das atividades mais antigas da humanidade – a extração de recursos naturais – uma das maiores ferramentas do desenvolvimento tecnológico de ponta.
Nessa sinuca de bico em que nossa civilização se colocou, a mineração talvez existisse em escala bem menor no planeta se continuássemos a viver em cavernas que, aliás, seriam em bem maior número. Como esse não parece o ideal de vida de ninguém – sequer do mais radical espeleólogo – , o impasse é definir qual deve ser o conceito de sustentabilidade para a mineração considerando as especificidades, a realidade, o alcance e os propósitos de cada operação mineral.
Grosseiramente comparando, não é possível exigir que uma mineradora “plante” minérios como se exige que uma fabricante de papel plante suas florestas. As fichas ambientais das mineradoras integram nossa proposta de articular um conceito próprio de sustentabilidade para o setor. Para isso, contribuem também os artigos de especialistas multidisciplinares sobre temas ambientais da atualidade. Nossos agradecimentos a todos que, mais uma vez, acreditaram nesse projeto.
Tébis Oliveira – editora – tebis@inthemine.com.br