O NOVO MERCADO
Muita coisa mudou entre uma Exposibram e outra, a de Belém, em novembro passado, e esta agora em BH, no final de setembro. E noves fora (a velha regra para conferir as contas), parece que o Brasil vem reagindo bem à crise financeira que assolou os mercados. No plano doméstico, turbinado pelos incentivos governamentais, as empresas tem dado o seu jeito – uma de nossas especialidades.
Em termos ditos globais, o segundo trimestre foi animador, mesmo em uma área sensível como a do aço. E a mineração “vai na valsa”. No minério de ferro, por exemplo, está retomando a produção na medida em que os alto-fornos vão sendo religados. Também é animador saber que França e Alemanha voltaram a respirar e que a China continua puxando a fila. Os EUA também vem se erguendo lentamente, mas não se sabe se voltarão aos patamares anteriores de consumo. Enquanto permanecem “esperando Godot” (o personagem de Becket, que tinha mais perguntas que respostas), os principais players globais estão procurando fincar os pés nos mercados domésticos, particularmente onde emergiram legiões de novos consumidores nos últimos anos – Brasil incluído. A estratégia continua global, mas o foco é local, aqui e ali, desconcentrando o que antes tinha destino certo. Mais competição à vista e também oportunidades, desde que se garanta isonomia para as empresas do País.
Nesta edição de In The Mine há espaço para a discussão da tributação, de investimentos em pesquisa, mudança de marcos regulatórios e novas modalidades de gestão. Mas há, sobretudo, uma pergunta em aberto: Porque a mineração brasileira ainda não foi ao “mercado de ações”? Ou simplesmente, ao “mercado”, como se diz na BM&FBovespa, onde estão listadas somente duas mineradoras típicas – MMX e Vale. Esperamos ter dado algumas pistas nas páginas que seguem.
Wilson Bigarelli – editor@inthemine.com.br