EDIÇÃO 17

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Revista In The Mine – Edição nº 17

INTEGRAÇÃO PELO CONHECIMENTO

Alô? É da Reserva Raposa Serra do Sol? Alô? É do orelhão público da Raposa Serra do Sol? É? Com quem eu falo? Você é índio? Você é macuxi? Essa chamada insólita de nosso repórter Gilberto Tavares, naturalmente, paralisou por instantes o trabalho na redação. Ninguém interveio e muito menos eu. Afinal, ele fora incumbido justamente de ouvir a opinião de lideranças indígenas sobre a mineração. Aquela supostamente praticada, sem amparo legal, por índios e não índios, e aquela que pode vir a ser praticada, dentro dos conformes, nas reservas indígenas.

A editora Tébis Oliveira estava ouvindo parlamentares, autoridades,ONGs e mineradoras sobre o Substitutivo ao Projeto de Lei 1.610/96 atualmente em trâmite e que se propõe a regulamentar a atividade. Faltavam os índios e o Gilberto não se fez de rogado. De gabinete em gabinete, de secretaria em secretaria, passando arduamente pela FUNAI, chegou ali, onde nem o DNPM (gestor do subsolo da União) pode entrar. Isso, confesso, pensei depois. Na hora, fiquei em dúvida se existia mesmo o tal telefone público e se o termo “orelhão” teria algum sentido em Roraima. Pelo jeito tem, a julgar pelos depoimentos publicados nesta edição.

Conto esse “causo”, verdadeiro e inesquecível, porque acho que simboliza bem o nosso trabalho nesta edição, que procura abarcar a Região Norte como um todo, sob a ótica da mineração. Todo o empenho foi feito no sentido de descobrir uma região que, por razões várias, inclusive a geográfica, permanece desconhecida aos olhos da maioria dos próprios brasileiros.

Uma condição que não deve perdurar, com os resultados que se esperam do programa governamental que tem o mérito de reunir contingentes e tecnologia das Forças Armadas e da CPRM para preencher um vergonhoso vazio cartográfico de 1,8 milhão de km2 na Amazônia Legal.

Espera-se que, enfim, esses dados e outros importantes mapeamentos em curso sirvam para fomentar novos empreendimentos que possam (como a mineração tem provado cada vez mais no Pará) integrar pelo conhecimento e a infra-estrutura que se segue, áreas e populações inteiras (índios ou não índios) ao restante do País.

Wilson Bigarelli, editor@inthemine.com.br

 

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