EDIÇÃO 14

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Revista In The Mine – Edição nº 14

 

SONDANDO O BRASIL DO AMANHÃ

Noite dessas estava em casa e um amigo, radicado há mais de 20 anos na Austrália, me ligou animado com as últimas notícias que ouvira sobre o Brasil, “investment grade” e coisa e tal. Parti para aquela ligação transoceânica sabendo que iria se estender.

Afinal, como sabemos nós, o buraco é mais embaixo. Fiz ver ao amigo que há vários indicadores favoráveis e poucas vezes se viu o mercado tão aquecido como atualmente. Lembrando para ele, do outro lado do mundo, e bem mais próximo da China e da Índia, que deve-se considerar sempre a conjuntura externa bastante favorável, com as commodities nas alturas. Realmente, disse me ele, a Austrália está em festa com esse boom da mineração. Nunca se viu algo igual por lá também.

E eu ainda emendei: e o Brasil ainda tem a soja, a cana, o biodiesel e agora todo esse petróleo no pré-sal, com o barril a US$ 120. Mas será que o País está aproveitando este momento favorável, para se estruturar e fazer valer sua condição de grande economia emergente? Para perguntar o óbvio: está investindo o suficiente em infra-estrutura e educação? A resposta também é óbvia e não cabe aqui repetir.

Para ficar em um exemplo: nesta edição, fomos conferir os novos projetos em desenvolvimento na região Centro-Oeste, no segundo caderno regional que publicamos, dentro de uma série em que estamos procurando mapear as oportunidades atuais e futuras do País. E mais uma vez, nossa equipe trouxe ótimas novidades aos leitores, mas também o corpo moído, depois de sacudir-se horas nas estradas esburacadas no norte de Goiás.

Não há, portanto, nenhum berço esplêndido para se deitar. E, se ainda restam dúvidas, vale a pena ver o que se passa atualmente no Chile, onde estivemos recentemente participando da Expomin’2008. Lá vive-se o apogeu do cobre, com exportações anuais da ordem de US$ 45 bilhões. Mas os chilenos, além de brindarem com seu bom vinho, estão tomando providências para quando a bonança passar. Estão escaldados e sabem que não tem energia para crescer mais e, o pior, que se os preços baixarem, não terão como sustentar os custos atuais.

Wilson Bigarelli, editor@inthemine.com.br

 

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