NEGÓCIO FERRO
Antes de embarcar para fechar a compra da Inco, Roger Agnelli, presidente da CVRD, fez uma escala em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), onde inaugurou o Projeto Brucutu, investimento “modesto” (US$ 1,1 bilhão!) para produção de 30 Mt de minério de ferro. Enquanto isso, o empresário Eike Batista fechava novas parcerias com sua MMX, que nasceu depois de um bem sucedido lançamento em Bolsa, onde captou US$ 509 milhões – também para a produção de minério de ferro.
Quando foram anunciados, cada qual a seu tempo, ambos grandiosos, Brucutu era apenas o curso natural de uma companhia privatizada com tanto sucesso que já era, então, a quarta maior mineradora do mundo. Acaba de virar a segunda, é importante acrescentar, com a compra da Inco. A MMX, de seu lado, era apenas uma ideia, ambiciosa como toda ideia, na cabeça de Eike Batista, que a tinha quente ainda dos desaforos bolivianos.
Há uma clara competição aí, por um mercado promissor e quem sabe até entre dois executivos que, antes de tudo, têm o dom de agregar valor ao potencial mineral brasileiro. A Vale, que já era grande, ficou maior ainda nas mãos de Roger Agnelli. E a MMX, que não era nada, pode se tornar, em pouco mais de cinco anos, uma das dez maiores exportadoras mundiais de minério de ferro.
As duas histórias são os temas principais desta edição da In The Mine. A elas, nada fica a dever a entrevista com Roberto Cerrini Villas-Bôas, pesquisador do CETEM, que também é professor, doutor, mestre, escritor e, há muitos anos já, um dos nomes seletos que representam o Brasil e sua mineração no mundo. Por fim, os 130 anos da Escola de Minas de Ouro Preto. Nossos parabéns e nosso presente: a história “O francês e a escola”.
Wilson Bigarelli – editor@inthemine.com.br
(Setembro/outubro 2006)
