DO MINERAL INDUSTRIAL AO METÁLICO

DO MINERAL INDUSTRIAL AO METÁLICO

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IvanBezerra
Ivan Bezerra

Ceará
Ivan Bezerra, presidente do Conselho Estadual do Desenvolvimento Econômico, confirma a grande expectativa dos cearenses em relação à grande jazida de fosfato em Itatiaia (em Santa Quitéria), mesmo com o adiamento de sua implantação de 2012 para 2015. O estado, no entanto, possui vários outros projetos em andamento ou concluídos, como destaca Fernando Antônio da Costa Roberto, geólogo e Superintendente do DNPM/CE. Entre eles, a fábrica de cimento Apodi, em Quixeré, que conta com uma moageira no Porto de Pecém e já iniciou sua produção, e a mina de ferro do Besouro, da Globest Participações, e Quiterianópolis, no sudeste do estado. Outros projetos, em fase de pesquisa, são o Platina Pedra Branca, Ouro Pedra Branca e Pedra Verde, em Viçosa do Ceará, para minério de cobre.

Paraíba
Na Paraíba, os arranjos produtivos de base mineral, abrangendo 17 cidades do estado, é uma das áreas que mais recebeu recursos em 2011, através dos programas Empreender e Cooperar, totalizando cerca de R$ 3 milhões. Desse total, mais de R$ 2 milhões foram destinados a seis cooperativas de mineradores em Nova Palmeira, Ouro Velho, Pedra Lavrada, Picuí e Várzea. Segundo os engenheiros de minas Arnaldo Maia e Arnaldo Bezerra Lopes de Almeida, chefes, respectivamente, dos departamentos SEFIS e SEPAR do DNPM-PB, os principais projetos em anda-mento são mesmo em regime de APL para os garimpos de caulim e minerais de pegmatitos no sertão do Seridó e do Curimataú, estruturados com a colaboração da UFCG, CDRM, CPRM, SUDEMA e MCT. Outro destaque são as fábricas de cimento, em fase de licenciamento ambiental para implantação, dos grupos Brennand e Camargo Correa e da Cerâmica Elizabeth.

DecioPortella
Décio Portella

Sergipe
Décio Portella, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe, confirma o foco do governo na área de produção de fertilizante potássico. Atualmente, diz ele, há três grandes frentes de investimentos programados, sendo o Projeto Carnalita, da Vale, o que se encontra em fase mais adiantada de desenvolvi-mento, inclusive, com licença ambiental. Os dois restantes também objetivam alvos na Bacia Sedimentar de Sergipe e encontram-se ainda em fase de pesquisa: o da Rio Verde Minerals e o da Potássio do Atlântico. George Eustáquio Silva, engenheiro de minas e superintendente substituto do DNPM-SE, lembra que, além da definição de novas jazidas de sais de potássio, existem também requerimentos de pesquisa para minério de níquel e grande expectativa quanto à recente descoberta de ocorrência de minério de ferro no norte do estado. “Essas áreas possuem alvarás de pesquisa vigentes e contam com trabalhos em andamento visando o dimensionamento de reservas”, explica Silva.

LuizGomes
Luiz Otavio Gomes

Alagoas
Luiz Otavio Gomes, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Alagoas, diz que o grande projeto no estado é mesmo o da exploração de cobre, ferro e uma pouca quantidade de ouro pela Mineração Vale Verde (MVV), na região Agreste de Alagoas, onde já foi identificada uma reserva de 165 Mt, mais precisamente nos municípios de Craíbas, Arapiraca e Igaci.  “Por enquanto, esse é o principal projeto em perspectiva. Porém, vale ressaltar que, em Palmeira dos Índios, pequenos produtores extraem calcário para a fabricação de cal e corretivo de solo, produção que pode ser ampliada com novas pesquisas. Além disso, estudos recentes comprovam que o estado de Alagoas possui reservas de quartzito”, acrescenta Gomes. Segundo José Antonio Alves dos Santos, superintendente do DNPM/AL, no decorrer de 2011 foram protocolados 191 requerimentos de títulos de direitos minerários, dos quais cerca de 72% voltados para a produção de agregados e 22% para a produção de metálicos, notadamente minério de ferro e níquel.

Maranhão

Wagner Siqueira
Wagner Siqueira

No início de novembro, o secretário de Minas e Energia do Maranhão, Ricardo Guterres, e o diretor da CPRM, Antônio Bacelar, confirmaram o cronograma do mapeamento geológico, aerogeofísico, de geodiversidade e hidrogeológico que está sendo realizado no Maranhão. Alguns dos levantamentos tiveram início em outubro, enquanto outros serão concluídos em 2012. O objetivo maior é diversificar a produção mineral confirmando pesquisas preliminares que indicam reservas de prata, chumbo, zinco, fosfato e calcário, entre outras substâncias. Na década de 90, por exemplo, estudos efetuados pela Vale (então CVRD), na região da Serra do Tiracambu (oeste do estado), revelaram reservas de bauxita. Segundo o geólogo Wagner da Silva Siqueira, superintendente substituto do DNPM/MA, o controle majoritário dos títulos minerários outorgados para pesquisa de minério de ouro em toda a região noroeste do Maranhão estão sob a responsabilidade de duas empresas: a Mineração Aurizona (Luna Gold) e a Jaguar Mining.

FabioRodamilans
Fábio Rodamilans

Rio Grande do Norte
Fábio Rodamilans, coordenador de Desenvolvimento Mineral da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, contabiliza os novos projetos em curso e com fase de implantação a partir de 2012. O primeiro caso é o da ICAL, enquadrada no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial (Proadi), que instalará em Baraúna sua primeira fábrica no Nordeste. A Cal Norte Nordeste (CNN) também está licenciando uma fábrica na mesma cidade para a produção de cal siderúrgico. Já a extração de ouro na Mina São Francisco, em Currais Novos, no Seridó, é a meta da Crusader, em fase de licenciamento ambiental. Na mesma região, em Cruzeta, a Susa Mineração e o grupo indiano Zamin Ferrous pretendem atingir a marca de 5 Mtpa de minério de ferro até 2014. Um dos trunfos do estado, segundo Rodamilans, é o aumento do calado do Porto de Natal, iniciativa governamental, e a construção de um porto privado pelo consórcio Susa/Zamin. A expectativa do governo potiguar é de investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão nos próximos três anos com a reativação de três minas de ouro nas regiões Seridó e Angicos, novas pesquisas de áreas de minério de ferro e exploração de scheelita, dolomita e feldspato em diferentes municípios do Seridó, além das rochas ornamentais na região do Apodi.

Bahia

Danilo Behrens Correia
Danilo Behrens Correia

O Governo da Bahia tem assinados protocolos de intenção que somam investimentos de R$ 11,7 bilhões, entre 2011 e 2014, na mineração do estado. O geólogo Danilo Mário Behrens Correia, superintendente do DNPM/BA, diz que a questão logística, que sempre foi o principal entrave para o desenvolvimento do setor, está sendo equacionada com a ampliação de portos e a decisão de se implantar a Ferrovia Oeste-Leste. Dentre os novos empreendimentos a entrar em operação, pode-se destacar o Projeto Pedra de Ferro, da Bahia Mineração e da Ferrous Resources (em 2014), além da Santa Fé Mineração (Projeto Lagoa Real) – onde já foram investidos cerca US$ 10 milhões, com previsão de aporte de outros US$ 30 milhões. No cobre, a Mineração Caraíba, além do desenvolvimento da mina em Pilar, continua a trabalhar no Projeto Surubim e em Juazeiro. Já a Mineração Cruzeiro pretende reativar a mina de Boquira para aproveita-mento de chumbo e minério de ferro. O Grupo Votorantim está investindo na produção de agregados nas regiões de Salvador e Feira de Santana, enquanto a Empresa Brasileira de Quartzo está implantando uma planta de quartzo, denominada de Mina São Domingos, em Ibitiara, dentre outros novos empreendimentos potenciais, como o da Itaoeste, para aproveitamento de tálio.

Piauí
Uma unidade do Cetem – Centro de Tecnologia Mineral – está sendo implantada na Universidade Estadual do Piauí. Segundo o pesquisador e geólogo Marcus Brandão de Melo, a linha de pesquisa atual envolve “Qualidade de águas subterrâneas, Rochas Ornamentais e a Qualidade das Argilas”. A expectativa é que essa unidade alavanque novos empreendimentos minerais no estado. Por enquanto, pesquisas mais amplas são feitas pela CPRM, como o mapeamento de ocorrências de opala em Pedro II, ou por empresas privadas. É o caso da pesquisa sobre a região ferrífera, do município de Paulistana a São Raimundo Nonato. Nesse último caso, a expectativa é que a concessão de lavra seja emitida ainda em 2012.

Pernambuco
Em Pernambuco, um dos marcos de 2011 foi a reinauguração da fábrica de cimentos da Votorantim em Paulista – já com planos de expansão até 2013. Em todo o estado, não é somente a gipsita, no Sertão do Araripe, que acena com novos investimentos no setor mineral. Níquel, ferro e ouro estão sendo alvo de requerimentos de pesquisa. Em 2011, o total de requerimentos já passou de mil. Foram 394 para pesquisar níquel (principalmente no município de Macaparana e cidades vizinhas, na Mata Norte), 163 para ferro e 99 para ouro, além dos minerais mais tradicionais, como granito, calcário e areia. Uma das requerentes é a Votorantim Metais, que já divulgou possuir alvarás de pesquisa para exploração mineral em aproximada-mente 40 municípios de Pernambuco, ressalvando que esse é ”um processo de maturação de longo prazo, que pode levar até dez anos”.

(Outubro/novembro 2011)

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