Por Gabriela Nunes,
Rio Grande do Sul
Até dezembro de 2012, a expansão da Mina de Candiota, da CRM (Cia.Riograndense de Mineração), com a retomada da lavra no Nível 5 e melhorias na britagem, estará 74% concluída. Em paralelo, está sendo instalada uma planta piloto de beneficiamento, que realiza a separação a seco, através de um processo pneumático (jigue a ar), do carvão mineral britado, reduzindo a emissão de gases poluentes. A mineradora também licita a contratação de uma consultoria para elaborar o EIA-RIMA de todas as suas áreas de concessão em Candiota.
Merece destaque, ainda, segundo o superintendente de engenharia da estatal, João Batista Casanova Garcia, o Termo de Cooperação firmado com órgãos estaduais para a realização de estudos de viabilidade técnica e econômico-financeira visando a implantação de uma PCT (Pequena Central Técnica) de 10-20 MW, com uso de carvão mineral. O governo gaúcho também instituiu um grupo de trabalho para avaliar o setor energético do estado e, em março passado, promulgou a Lei nº 13.952, de sua autoria, que permite às produtoras de carvão integralizar como aumento de capital os juros sobre capital próprio, até o limite de R$ 150 milhões.
Santa Catarina
Do Valor da Produção Mineral (VPM) de Santa Catarina – cerca de R$ 1 bilhão/ano –, o carvão mineral responde por 50% e os agregados para construção civil por 35%. Outras substâncias produzidas no estado, explica o especialista em recursos minerais do DNPM-SC, Júlio César Recuero, são areia industrial, argila cerâmica, feldspato, sílex, nefelina-sienitos, rochas ornamentais, conchas calcárias e turfa, além de bauxita, único bem metálico. Até junho de 2012, foram protocolados 322 requerimentos de pesquisa e 26 de licenciamento. A pesquisa de argila é a mais re que-rida (70% dos pedidos), seguida de areia (20%) e saibro (10%). O principal projeto anunciado – exploração de fosfato pela Vale, em Anitápolis – teve sua Licença Prévia suspensa por de cisão judicial, devido a questões ambientais.
Além dele, o diretor de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDS) do estado, Dalton Silva Ribeiro, fala de duas novas minas de carvão mineral: uma, em Maracajá, que pertence a um consórcio de nove empresas carboníferas, e a segunda, em Treviso, da Carbonífera Criciúma. Outro projeto importante é o da USITESC (Usina Termelétrica de Santa Catarina), de 440 MW, também em Treviso, que já possui Licença de Instalação. Também a ocorrência de terras raras, a terceira maior do País (16,8%), deve ser estudada para avaliar sua viabilidade econômica, segundo o diretor.
Paraná
Maior produtor de feldspato e talco do Brasil, o Paraná também produz areia, brita, rochas carbonáticas para fabricação de cimento, cal e corretivo agrícola e argilas cerâmicas. Outras substâncias extraídas são fluorita, saibro, filito, argilito, rochas para revestimento, carvão mineral, ouro e xisto betuminoso. Cerca de 88% dessa produção vai para a construção civil, explica José Antonio Zem, diretor presidente da Mineropar, que responde pelo setor de mineração no estado.
Entre os principais projetos em execuç ão, o geólogo cita a ampliação da planta da Cimento Itambé, em Balsa Nova, e da Votorantim Cimentos, em Rio Branco do Sul, que serão concluídas em dezembro. Há também a nova fábrica da Margem Cimentos, subsidiária da Supremo Cimentos, em Adrianópolis, com operação prevista para 2014. Do lado da
Mineropar, Zem destaca o avanço do mapeamento geológico da Formação Serra Geral, que cobre 45% do território estadual.
Segundo Hudson Calefe, superintendente do DNPM-PR, até outubro passado, foram protocolados 484 requerimentos de pesquisa, 39 de registro de licença e 5 de registro de extração. A média anual registrada no órgão costuma variar entre 700 e 800 requerimentos.
(Outubro/novembro 2012)