O setor mineral está cada vez mais aderente às normas internacionais de ESG, sigla em inglês para se referir às melhores práticas ambientais, sociais e de governança de um negócio. O tema, de grande destaque na EXPOSIBRAM 2022, também foi abordado na palestra “Economia Mineral”, realizada no 2º dia do evento (13/9). As práticas de ESG têm o papel de sinalizar para a sociedade o compromisso que a mineração vem mantendo com os aspectos ambientais e sociais e, entre os assuntos da agenda, está inserida também a economia mineral.
Participaram da discussão Francisco Acuña, Principal Consultant – CRU; Henrique Ceotto, Sócio – McKinsey e Mingming Zhang, Analista Principal – da Wood Mackenzie. Os participantes debateram também sobre a realidade e tendência dos preços do minério de ferro e de outros minerais.
Os impactos causados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia estão promovendo uma discussão que envolve a cadeia de suprimentos de forma global. Baseado nisso, Francisco Acuña ponderou sobre a necessidade de buscar soluções para que as nações se tornem menos dependentes de outros países que atuam com commodities minerais. Ainda segundo Acuña, quase nunca se fala sobre quais são as fontes desses materiais. “A solução seria mesmo a mineração ou a reciclagem?”, indaga.
Outro assunto levantado na palestra foi o grande impacto da produção de cobre na indústria de carros elétricos. “Os motores de carros híbridos possuem em torno de 20 quilos de cobre em sua estrutura. Já nos 100% elétricos a quantidade de material usado corresponde a 80 quilos. O cobre é matéria-prima importante para a fabricação de motores de carros elétricos e acredito que, futuramente, o Brasil também deverá seguir essa tendência da indústria automobilística mundial”, afirma Acuña.
Mingming Zhang reforçou que o atual cenário é reflexo de impactos da pandemia. Zhang também trouxe previsões de demanda e oferta do minério de ferro e do aço, dos custos e do cenário de “emissão zero”. Segundo ele, o processo competitivo gerado pelo que chamou de “revolução verde” afetará os preços dos minerais da economia mundial. “Grandes serão os desafios para a indústria do ferro e do aço com as emissões de zero carbono,” avalia. A mediação da palestra coube a Wilfred Theodoor Bruijn, CEO da Anglo American no Brasil e Presidente do Conselho do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração).
Foto: Jackson Romanelli