Cuidadosa, atenta aos detalhes e naturalmente multitarefa. As três qualidades – naturais em uma mulher – são essenciais para se ocupar cargos estratégicos em uma grande empresa, especialmente em uma mineradora. Graças a qualidades como essas, aliadas à capacitação profissional, a presença feminina na mineração vem aumentando a cada ano. E na CMOC International Brasil não é diferente. As mulheres ocupam cargos em todos os níveis, do operacional ao gerencial.
Uma delas é Daiane da Silva Pereira, 27 anos, que trabalha na operação do painel do Boa Vista Fresh Rock (BVFR), da unidade da Niobras, em Ouvidor (GO). Na empresa desde junho de 2014, ela acompanha tudo o que acontece na planta, e a habilidade de estar atenta a diversos processos simultâneos a ajuda muito. “Sou os olhos da usina, tenho que ver tudo que acontece e dar uma resposta ágil. Minha cabeça está 100% atenta e focada. Por isso, tenho que entender um pouco de todos os processos”, conta, orgulhosa. Ela não se constrangeu por estar em ambiente muito masculino e foi atrás do seu espaço. “Fui a campo para entender e hoje conheço bem os processos de flotação, deslamagem (atividades que mais homens exercem) e consigo ser mais eficaz no meu trabalho”, explica a operadora.
Daiane reconhece que a mineração ainda é um universo eminentemente masculino, mas enxerga oportunidades de crescimento para as mulheres nas áreas operacionais da CMOC. Tanto que ela trabalha ao lado de outra mulher, sendo, ambas, as únicas responsáveis pelo painel. “O mundo da mineração sempre foi muito masculino, a maioria das mulheres atuava em laboratório ou no administrativo, mas a CMOC teve esse olhar de buscar mulheres para outras áreas”, explicou a técnica. “Desde que ingressei na empresa, fui muito bem recebida e sempre deixaram claro que não toleram qualquer tipo de discriminação, o que é real”, testemunha Daiane, que é solteira e não tem filhos.
Formada Técnica em Mineração, atualmente Daiane estuda Gestão de Produção Industrial. Para ela, o contínuo aprimoramento profissional é essencial para não apenas se manter no emprego, mas galgar níveis e posições melhores. “Lutei muito para ingressar nesta empresa e estou muito satisfeita. Sou realizada. Quero me capacitar continuamente para exercer meu trabalho cada vez melhor”, afirma.
Karen Cristina Cardoso Silva, 31 anos, se preparou, se aprimorou e hoje ocupa o cargo de Engenheira de Produção Plena na unidade da Copebras, em Catalão (GO). Ela é responsável por uma área importante, que envolve: Ácido Sulfúrico, Estação de Tratamento de Água (ETA), Utilidades e Cogeração de Energia.
Para Karen, a presença feminina na área de produção ainda é pequena, mas vem aumentando cada vez mais, até mesmo nos setores mais complicados. “A mineração ainda é muito masculina. Quando eu entrei aqui, havia algumas mulheres trabalhando, mas hoje já temos mais, até mesmo na operação de máquinas”, avalia ela, que é mineira, de Uberlândia, e se formou em Engenharia Química pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em 2008. Fez também uma pós-graduação em Engenharia de Segurança.
Assim como Daiane, a engenheira avalia que a capacidade de estar atenta em mais de uma tarefa simultaneamente ajuda muito as mulheres em funções como as que ela desempenha. “Esse negócio de ser multitarefa realmente ajuda bastante. É até engraçado. Meus colegas de trabalho falam que estou falando uma coisa, prestando atenção em outra e dando palpite”, brinca Karen, que pretende crescer na carreira dentro da CMOC. “Gosto muito da empresa e quero subir aqui dentro”, revela.
No nível pessoal, as perspectivas também são as melhores possíveis. Casada com um bancário de Catalão desde 2013, Karen comemora a gravidez do segundo filho – o primeiro tem 2 anos e 2 meses. “Conheci meu marido aqui em Catalão, meu primeiro filho nasceu aqui. E eu acho a cidade ótima. Não penso em sair daqui”, elogia a engenheira.
Dinamismo e flexibilidade – Ser dinâmica e ter disponibilidade para mudar de área ou mesmo de cidade são características que, aliadas à formação acadêmica e técnica, ajudaram Juliana Telles Ricca a se destacar na CMOC e na profissão. Com 37 anos, ela está há 15 anos na empresa. Paulistana, formada em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 2002, começou a trabalhar na Copebras, em Cubatão (SP), onde ficou por nove anos, e depois foi para a unidade de Catalão (GO). Há seis meses, retornou para Cubatão, ocupando o cargo de coordenadora de Produção de Ácidos e Fertilizantes.
“A Copebras foi meu primeiro emprego, assim que me formei, e não saí mais daqui. Mas já mudei duas vezes de cidade. Sem dúvida, ser dinâmica e ter essa flexibilidade são características bem minhas”, analisa Juliana, que é casada, mas não tem filhos.
Quando entrou para a empresa, em 2003, Juliana encontrou um cenário de presença feminina bem diferente do que vê hoje. “Tinha bem menos mulheres do que vemos hoje. Atualmente, na empresa como um todo, vem aumentando o número de mulheres, especialmente na área administrativa e também na parte de laboratório. Na área de produção ainda não somos muitas, mas isso vai mudando”, avalia.
A engenheira revela que não teve problemas com os colegas homens, que sempre estiveram em maioria. “Acho que, como eu já entrei como engenheira de Processos e fui crescendo na área, conforme eu fui subindo, fui cultivando esse respeito por parte dos homens. Então, não tive esse tipo de dificuldade”.
Com pós-graduação em Engenharia de Produção e MBA em Gestão Empresarial, Juliana vê que o mundo da mineração continua sendo muito masculino, mas que as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço. “Quando vou a congressos e seminários, vejo que, de uma maneira geral, há cada vez mais mulheres na mineração”, conta.
Na CMOC, atualmente, 7,4% dos funcionários são mulheres. Nas áreas operacionais, elas representam 6% do quadro, enquanto nos cargos de liderança já chegam a 13%. No setor administrativo, 46% dos empregados são mulheres.