CINCO ANOS DA VANÁDIO DE MARACÁS

CINCO ANOS DA VANÁDIO DE MARACÁS

A mineradora Vanádio de Maracás (VMSA) comemora em 18 de setembro cinco anos de operação no Brasil. Operação é controlada pela junior canadense Largo Resources. Na solenidade, que contará com autoridades públicas locais e com a presença de Mark Smith e Paulo Misk, respectivamente CEO e Presidente da Largo Resources. Também será inaugurada a expansão da capacidade de produção da planta para 1.000 t/mês de óxido de vanádio (V205).

Paulo Misk

Em entrevista exclusiva à revista In the Mine, publicada na edição 67 (veja íntegra no site), Misk conta que o projeto, na cidade de Maracás, Bahia, teve início na década de 1980. A partir da descoberta pela CBPM (Cia.Baiana de Pesquisa Mineral) de um depósito de magnetita com vanádio associado. Em 1984, a estatal baiana, junto com o Grupo Odebrecht, criou a VMSA. O negócio ganhou um novo sócio em 1990, a Caemi Mineração e Metalurgia. O qual contribuiu para a realização de pesquisas geológicas no depósito e estudos de beneficiamento do minério.

Mas o projeto só seria viabilizado em 2006, quando a Largo Resources adquiriu a empresa. E elaborou um plano para a produção de 9,6 mtpa de vanádio, cerca de 7% da produção mundial. O investimento de cerca de US$ 350 milhões no projeto foi obtido junto ao mercado canadense de capitais e a bancos brasileiros. E a tecnologia foi trazida da África do Sul. A produção foi iniciada em agosto de 2014. E o primeiro lote de vanádio foi embarcado no mês seguinte, em setembro.

 

Mudança de rota de processo

Ainda na fase de ramp up, em 2015, surgiram problemas com os equipamentos e com a rota de processo. O ano de 2016 começou com más notícias para a mineradora. Registrava-se baixa recuperação, custos altos e uma produção inferior a 400 t. Foram promovidas várias alterações para corrigir esses problemas. Entre elas, a substituição de dois britadores por um dry-mag e uma britagem móvel.

Na concentração, o circuito foi reconfigurado com o acréscimo de três separadores magnéticos ao que já existia. Além da otimização da moagem e classificação.Na lixiviação, a capacidade de bombeamento foi ampliada e um novo filtro foi instalado. Na planta de secagem foi realizada a troca de todas as válvulas.

Instalações da VMSA, em Maracás (BA)

Os resultados não demoraram a surgir. No final de 2016,a recuperação passou a ser de 95% na moagem e lixiviação e de 98,3% na planta química. E a produção que já era de 800 t/mês em junho chegou a  828 t/mês em dezembro.

No período, a volatilidade dos preços do vanádio no mercado internacional foi outro elemento desestabilizador, que fez com que a VMSA negociasse suas dívidas com os fornecedores. Após um pico, em 2005, de cerca de US$ 70 mil/t, a cotação desceu a US$ 16 mil/t em 2007. Daí a 2014 se manteve em torno de US$ 11 mil/t, mas em 2015 caiu para US$ 5,2 mil/t.

A melhor operação desse minério no mundo

Nesse cenário, os custos de produção da empresa, de cerca de US$ 10 mil/t no início de 2016, eram insustentáveis. Com as melhorias na planta, esse custo foi baixado ao longo do ano, revertendo sua relação com os preços da commodity, até superá-los em setembro, quando a cotação já subira para cerca de US$ 8 mil/t.

Hoje, a VMSA continua sendo a única mineradora de vanádio das Américas e é considerada a melhor operação desse minério no mundo. “Esse reconhecimento é devido ao nosso baixo custo de produção, excelente qualidade do produto e eficiência da recuperação metálica, que virou benchmarking mundial, além da produção elevada, que nos colocam em sétimo lugar no ranking mundial de produtoras de vanádio”, justifica Misk. A mineradora também foi fundamental para impulsionar o desenvolvimento de Maracás, não só por criar oportunidades de emprego como por promover programas de qualificação profissional, empreendedorismo e de esportes.

 

 

 

 

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