A operadora logística MRS teve negada pela Justiça Federal sua segunda ação para barrar a construção de um ramal ferroviário na região de Serra Azul (MG) pela Cedro Participações. O projeto consiste na implantação de uma ferrovia, com cerca de 26 km de extensão, para transporte do minério de ferro produzido pela própria Cedro, podendo atender ainda a minas da ArcelorMittal, Comisa, Ipê, Minerita e Usiminas. O novo modal deve tirar de circulação cerca de 5 mil caminhões que trafegam diariamente pela BR-381, conhecida como “Rodovia da Morte”. Só no trecho que corta a Serra Azul foram registradas 400 mortes nos últimos três anos. Após perder o prazo para exercer seu direito de preferência de executar o projeto junto a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a MRS vem tentando inviabilizar sua continuidade. Cabe recurso da decisão judicial. A tendência é que a Cedro amplie mais ainda seu placar.
O projeto Ferrovia Shortline Serra Azul, como é chamado, liga as cidades mineiras de Mateus Leme e São Joaquim de Bicas (Imagem) e terá capacidade de carga de 25 Mtpa. Ele se conectará à Malha Regional Sudeste, concessionada à MRS, que corta o estado em direção ao Rio de Janeiro, onde o minério é exportado. Serão cinco composições com 132 vagões cada. Como cada vagão poderá transportar 100 t, cada trem levará um volume equivalente ao de 471 carretas. Outra vantagem é a redução da distância média de transporte no trecho, de 50 km para 26 km. Diretamente beneficiada, a Cedro Mineração, produtora de minério de ferro do grupo, opera as minas Extrativa e Mariana e está implantando as minas Dois Irmãos, Serra do Lessa e Vargem. Os investimentos da empresa chegam a R$ 7 bilhões, incluindo o ramal de Serra Azul, a ampliação da produção de 7 Mtpa para 20 Mtpa e a implantação da linha de pellet feed de redução direta, o chamado “minério verde” de ferro, entre outros projetos.