CÂMARA BRASIL-ALEMANHA DISCUTE TENDÊNCIAS INOVADORAS E TECNOLÓGICAS

CÂMARA BRASIL-ALEMANHA DISCUTE TENDÊNCIAS INOVADORAS E TECNOLÓGICAS

Durante os dias 27 e 28 de setembro a Câmara Brasil-Alemanha (AHK São Paulo), por meio de seu departamento de Inovação e Tecnologia, promoveu a 6ª edição do Congresso Brasil-Alemanha de Inovação na Investe SP. O objetivo do evento foi promover o intercâmbio tecnológico e de know-how entre o Brasil e a Alemanha, país que cunhou o conceito de Indústria 4.0, além de fomentar a cultura de inovação dentro das empresas.

Tom Maes, Vice-Presidente da Câmara Brasil-Alemanha e Senior Director Sales South America da Lufthansa resumiu a atmosfera de troca de experiências do evento: “É fato: não se faz inovação sozinho”.  Assim, por meio de uma grade de palestras com altos executivos, autoridades e representantes da área acadêmica, bem como por meio de exposições sobre Digitalização e Mobilidade Urbana Sustentável, participantes puderam se informar sobre as tendências de diversos setores e discutir soluções com empresas e startups.

“O Congresso apresenta temas relevantes e tendências inovadoras para o Brasil e para a Alemanha. É um dos mais importantes eventos brasileiros na área de inovação e tecnologia.” afirmou Dr. Georg Witschel, Embaixador da Alemanha no Brasil.

Os painéis abordaram assuntos relevantes para o cenário da inovação no Brasil. Estratégias Nacionais para a Indústria 4.0; reflexos da digitalização em países emergentes; a inovação no empreendedorismo social, assim como o impacto das novas tecnologias no ambiente de trabalho foram alguns dos temas que ocuparam o primeiro dia do Congresso.

Sobre o começo do processo de inovação em uma empresa Antonio Lacerda, Presidente do Comitê de Inovação da Câmara e Vice-Presidente Sênior de Químicos, Produtos de Performance e Sustentabilidade da BASF, afirmou que a companhia tinha dificuldades para desenvolver alguns projetos na América do Sul, “mas por meio da inovação estamos quebrando esse paradigma e promovendo soluções viáveis”.

Em geral, é a necessidade que se torna o canal de entrada para a inovação nas empresas. Apesar de ser um caminho mais doloroso, é o meio como muitas companhias têm acrescentado tendências tecnológicas aos seus serviços e produtos.

Juntamente à implementação dessas novidades, é essencial voltar o olhar também à formação de recursos humanos que acompanhem essas transformações. “A atual geração é muito diferente da antiga. Uma criança da nova geração manuseia com mais facilidade um aparelho celular. Essa juventude atual vai trabalhar com muito mais prazer do que com dificuldades em relação à tecnologia.”, ressaltou Prof. Dr. Carlos Eduardo Pereira, Diretor de Operações da Embrapii e Chairman do BRAGECRIM (Brazilian-German Collaborative Research Initiative on Smart Connected Manufacturing).

Entretanto, há empresas para as quais desenvolver Indústria 4.0 parece ser inviável, uma vez que afirmam não possuírem recursos suficientes ou estarem passando por momentos de crise.  Mas segundo Pereira, companhias deveriam aproveitar esses momentos para se reinventar e enxergar a tecnologia como uma ótima aliada.

“A tendência é que todos precisem, até por questão de sobrevivência, avançar ainda que a longo prazo. As atividades da cadeia produtiva como um todo serão impactadas pela implementação da Indústria 4.0. Quem não estiver capacitado para se comunicar com esses processos será inevitavelmente excluído”, complementou João Emílio Gonçalves, Gerente Executivo de Política Industrial na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O primeiro dia do Congresso teve seu encerramento com a premiação das startups vencedoras do Prêmio Startups Connected. A 3ª edição recebeu 250 inscrições para os 10 desafios promovidos por grandes nomes alemães, que são: “Agricultura Sustentável”, da Bayer; “Associação Digital”, da Câmara Brasil-Alemanha; “Crescimento Populacional”, da BASF; “Excelência Industrial”, da Schuler; “Geração Hidroelétrica Inteligente”, da Voith Hydro; “Gerenciamento Energético Residencial”, da Siemens; “Mobilidade Conectada”, da Volkswagen; “Mobilidade Urbana”, do Ministério Alemão de Meio Ambiente (BMU); e “Papel e Celulose”, da Voith Paper. O Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH São Paulo) promoveu a categoria “Alemanha”, voltada a startups alemãs.

Adicionalmente, duas startups foram beneficiadas com uma viagem de negócios para a Alemanha, oferecida pelo DWIH São Paulo com apoio da Lufthansa. Para conhecer os vencedores e saber mais sobre a iniciativa Startup Connected, clique aqui.

A manhã do segundo dia do Congresso foi dedicada à discussão dos temas de User Experience, Logística 4.0 e Cidades Inteligentes. Em relação à experiência de usuário, Maes relembrou a famosa frase de Michael Dahmen “Content is king, context is king kong”, ao apresentar os principais erros em relação à comunicação e interação de marcas com usuários.

Todos os painéis do evento contaram com uma pesquisa simultânea realizada por meio da plataforma slido.com, que, a partir dos votos do público, evidenciaram os seguintes pontos:

Segundo 25% dos participantes do Congresso, combustíveis menos poluentes (ex. combustíveis sintéticos) têm mais chance de serem bem-sucedidos no Brasil em relação a carros elétricos, bicicletas e carros compartilhados e veículos elétricos alternativos.

65% do público do evento já explora possibilidades de agregar valor aos seus produtos ou serviços por meio da digitalização.

Quando perguntados sobre a aplicação da Indústria 4.0 em suas empresas 36% dos participantes dizem já tratar de assuntos relacionados à 4ª Revolução Industrial, mas que ainda não têm uma estratégia ligada ao assunto. 19% ainda não começaram a abordar o assunto.

Diferente de suas últimas edições, o Congresso também se transformou em um evento de dois dias, trazendo novidades como food trucks, espaço de networking e mais conteúdo.

Em paralelo aos painéis, visitantes do Congresso puderam prestigiar instituições como Bosch, Siemens, Itaipu Binacional, SENAI, entre outras, na exposição sobre Mobilidade Urbana Sustentável, que apresentou projetos que contribuem para a disseminação do tema no Brasil. A ação faz parte da “Exportinitiative Umwelttechnologien” (Iniciativa de Exportação de Tecnologias Ambientais, em tradução livre) do Ministério Alemão de Meio Ambiente (BMU), cujo objetivo é contribuir concretamente para o desenvolvimento sustentável e as condições de vida em outros países.

O Espaço de Networking Brasil-Alemanha, também inédito no evento, contou com dois grupos âncoras, com os quais os participantes do Congresso podiam agendar reuniões: as startups finalistas do Prêmio Startups Connected e atores do ecossistema Brasil-Alemanha de inovação. Ao todo foram viabilizadas cerca de 100 reuniões.

O VI Congresso Brasil-Alemanha de Inovação contou com o patrocínio das empresas BASF, Bayer, Bosch e Siemens e apoio do Centro Alemão de Ciência e Inovação – São Paulo (DWIH).

 

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