A Bahia está se destacando quando o assunto é investimento na área de fertilizantes. No último mês dois anúncios de investimentos da Galvani mostram a importância que o estado tem no setor. De acordo com informações da empresa, a curto e médio prazos a previsão é de investimentos de mais de R$ 600 milhões em projetos situados no Estado da Bahia. São cerca de R$ 300 milhões em Irecê, R$ 260 milhões em Luís Eduardo Magalhães e mais, aproximadamente, R$ 50 milhões em projetos na região de Campo Alegre de Lourdes (BA) e Caracol (PI).
Em fevereiro, executivos da Galvani reuniram-se com a diretoria da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), que possui os direitos minerários da área localizada em Irecê. No encontro, foram discutidos os avanços para a implementação da nova fase do projeto, que, atualmente, está em fase de licenciamento ambiental e desenvolvimento de rota tecnológica.
Para o presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm, o projeto é essencial para a redução da dependência brasileira da importação de fertilizantes. “Nos últimos anos, ficou muito evidente o quanto a dependência de fertilizantes importados, em especial o NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) que onera e dificulta a produção agrícola brasileira. Precisamos investir na produção desses insumos e também em alternativas a exemplo do uso dos resíduos da mineração que vem se tornado promissor dia após dia”, enfatiza Tramm.
Resíduos da mineração na agricultura
Além do investimento na produção dos fertilizantes tradicionais, a mineração baiana também está se destacando ao estudar o aproveitamento dos seus resíduos, que em alguns casos podem ser utilizados na agricultura. A CBPM assumiu o compromisso de participar de um plano de governança da gestão de resíduos minerais que está sendo desenvolvido pelo Governo da Bahia, através de uma comissão formada pela própria CBPM e secretarias de Estado como as de Planejamento e Desenvolvimento Econômico.
O documento será um instrumento para ajudar a criação de uma cadeia produtiva para a mineração colocando a economia baiana num caminho de crescimento, atendendo, ainda, a parâmetros de sustentabilidade ambiental e inclusão social.
Para Frederico Bernardez, diretor-presidente da ABREFEN (Associação Brasileira dos Produtores de Remineralizadores de Solo e Fertilizantes Naturais), a Bahia tem grande potencial para expandir a produção e o consumo dos remineralizadores de solo, porque está entre os maiores estados mineradores do país, com diferentes produtos e potenciais subprodutos. Além disso, também tem forte setor agropecuário:
“O Brasil é pioneiro nesta tecnologia e possui os maiores estudiosos neste tema. O uso dos remineralizadores promove a redução de custos tanto para os produtores como para o consumidor final”.
Foto: Divulgação Vulcano