A mineradora Anglo American confirmou ter recebido do BHP Group uma proposta de combinação não solicitada, não vinculativa e altamente condicional para a aquisição de todas as suas ações. O negócio deve ser precedido das cisões separadas da totalidade de sua participação na Anglo American Platinum e na Kumba Iron Ore, na África do Sul, para acionistas da Anglo American. A BHP tem até as 17h00 do dia 22/05/24 para confirmar a oferta de aquisição ou renunciar a ela, de acordo com as regras de aquisição do Reino Unido.
Caso a compra da Anglo American se efetive, a BHP se tornará o maior produtor mundial de cobre totalizando perto de 2,6 Mt, somadas sua produção de 1,7 Mt em 2023 à da Anglo American, de 826,2 mil t. O volume é bastante superior ao da norte-americana Freeport-McMoRan (1,9 Mt) e da estatal chilena Codelco (1,3 Mt), os maiores players desse mercado. Esse é certamente o principal interesse do BHP, que já adquiriu a produtora de cobre e ouro OZ Minerals, em Carajás (PA), em 2023. Até porque as minas de cobre da Anglo American ficam no Chile e no Peru, países onde o grupo também possui operações.
Mas, mesmo no minério de ferro, produção pela qual a BHP é mais conhecida, a disputa com a Vale (321,2 Mt em 2023) passa a ser mais acirrada e pode mudar o titular da segunda colocação no ranking de maiores produtores mundiais desse minério. Em 2023, essa produção foi de 257 Mt na BHP e de 59,9 Mt na Anglo American. Além disso, a sociedade Vale-BHP na Samarco tende a se expandir, já que a Vale repassou à Anglo American o projeto Serpentina, de minério de ferro, em Conceição do Mato Dentro (MG), em troca de uma participação de 15% no Minas-Rio.
Segundo o Infomoney, portal especializado no mercado financeiro, a BHP ofereceu US$ 38,8 milhões pela Anglo American, US$ 1,1 milhão a mais que o valor de mercado estimado da empresa, de US$ 37,7 milhões. É pouco ou não é o suficiente. Somente hoje, as ações da Anglo American na LSE (bolsa de Londres), já subiram 16,10%.