A Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM) é a única produtora em escala, fora da Ásia, dos quatro Elementos Terras Raras (ETRs) críticos usados em ímãs permanentes, essenciais para motores de veículos elétricos e turbinas eólicas. Nessa condição, a empresa é um ativo estratégico para o Brasil e para a indústria global de terras raras.
Fundada há 15 anos, foi pioneira no desenvolvimento da indústria brasileira de ETRs, a partir de um projeto de exploração em estágio inicial. Em 2023 foi concluída, com sucesso, a construção e comissionamento da Fase 1 do depósito Pela Ema, que entrou em produção no início de 2024. Atualmente, a mineradora emprega cerca de mil pessoas, 72% delas provenientes da região de Minaçu, localizada no norte de Goiás, onde fica sua sede.
“O grande depósito de argila iônica da SVPM é conhecido por sua longevidade e rico conteúdo de terras raras pesadas e leves de alto valor, como neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy), essenciais para a transição energética”, explica Ricardo Grossi, presidente da SVPM e COO do grupo Serra Verde.
Embora o Brasil possua os terceiros maiores depósitos de ETRS do mundo, diz Grossi, sua indústria para a produção e aproveitamento desses materiais ainda está em um estágio muito inicial. Tanto que, atualmente, a SVPM é a única produtora do segmento no país. “Visamos ser o fornecedora mais sustentável de terras raras do mundo e uma parceira de escolha para o setor de energia renovável, aplicando padrões de classe mundial às credenciais superiores de sustentabilidade de nossas operações”, afirma o executivo.
A mineradora está ampliando sua produção para alcançar o volume previsto em seu projeto de 5 mtpa de óxidos de terras raras totais. Em paralelo, está em curso a expansão da capacidade da Fase I do depósito Pela Ema, através da otimização de sua planta, além da avaliação da Fase II, que poderá duplicar a produção da mina antes de 2030. Essa expansão, com a Fase II, é fundamental por estar alinhada, segundo Grossi, com os objetivos da empresa de acelerar a disponibilidade de terras raras essenciais de maneira responsável.
Expectativas
Os preços dos ETRs caíram devido à demanda mais fraca que o esperado e ao excesso significativo de oferta dos produtores asiáticos. Para Grossi, os governos têm um papel crucial a desempenhar no apoio ao desenvolvimento de indústrias críticas, como a de produção de terras raras, ajudando os produtores a aumentar sua capacidade instalada por meio de programas especiais de investimento. “Garantir a oportunidade de apoiar as empresas que produzem matérias-primas críticas desde o início, torna a construção da cadeia de valor verde no país um multiplicador industrial por décadas”, acredita o presidente da empresa.
Referindo-se à SVPM, Grossi lembra que os óxidos de terras raras, produto da atividade da mineradora, vão desempenhar um papel fundamental no apoio ao crescimento da produção de veículos elétricos e turbinas eólicas, por exemplo. Por sua vez, acrescenta o executivo, o Brasil possui várias e significativas vantagens que podem viabilizar o desenvolvimento de um setor líder em terras raras, incluindo regulamentações bem estabelecidas, disponibilidade de mão de obra qualificada, energia limpa abundante e recursos de alta qualidade. Esses diferenciais conferem ao país um potencial significativo para se tornar um grande e reconhecido player desse segmento nos mercados globais. Mas, reitera Grossi, construir uma indústria de relevância global em um mercado altamente competitivo exigirá apoio contínuo do governo e de outras partes interessadas.
Credenciais
Para o presidente da mineradora, a SVPM possui credenciais de sustentabilidade que lhes permitem produzir ETRs com uma pegada de carbono extremamente baixa na indústria. A começar do processamento do minério realizado com tecnologias simples, que dispensam etapas clássicas da mineração, como a britagem, moagem e lixiviação ácida.
Outro exemplo é a utilização de fontes de energia renováveis, que respondem pela alimentação integral da operação, que conta também com um sistema de energia solar para eficiência energética adicional de suas instalações. Além disso, são empregadas técnicas avançadas de empilhamento a seco de resíduos, foram adotadas iniciativas para ampliar a conservação ambiental e realizados investimentos na educação ambiental local, práticas sustentáveis que reforçam o compromisso da empresa de contribuir positivamente para a administração ambiental e o bem-estar da comunidade.
Outra prioridade-chave na operação da mina é a redução do uso de recursos naturais e a minimização da poluição. No primeiro caso, foi implementada uma estratégia detalhada de gestão da água que não apenas conserva, mas também garante seu reuso na unidade. A abordagem inclui tecnologias avançadas de reciclagem e monitoramento rigoroso do consumo de água, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Técnicas dirigidas também reduzem a necessidade de água nos processos de mineração e também tornam desnecessário o o uso de produtos químicos.
A SVPM possui, ainda, um Programa de Monitoramento de Ruídos e um Plano de Controle Ambiental, que implicam na realização de monitoramentos regulares para garantir a precisão e a confiabilidade dos esforços ambientais da empresa. No âmbito interno, foi iniciado o Programa Bem Viver, voltado à promoção de saúde e bem-estar dos funcionários, e o Projeto ELAS, de inclusão feminina. A prontidão estratégica e operacional é reforçada pelo engajamento com a comunidade, por meio do Programa Avançar, que visa fomentar a diversificação econômica e fortalecer as cadeias de suprimentos locais.
Com esse suporte, Grossi está certo de que a empresa atende às crescentes demandas por responsabilidade social, ambiental e de governança (ESG), até porque a conformidade com esses princípios e práticas cria valores que serão compartilhados com todos os stakeholders.
Foto em destaque no alto da página: Instalações da SVPM em Minaçu, nordeste de Goiás