Por Ricardo Gonçalves,

Após três anos de longas investigações relacionadas aos 33 mineiros presos (“Los 33”) por 69 dias a 700 m abaixo do solo, na mina de ouro San José, no Chile, o caso foi encerrado sem culpados, por falta de evidências. A Promotoria de Atacama decidiu, em agosto, que as autoridades do Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin) e os donos da mineradora San Esteban, Alejandro Bohn e Marcelo Kemeny, não tiveram culpa alguma no ocorrido. A decisão gerou grande polêmica mundialmente.

“Gostaria de cavar um buraco gigantesco e por ali ficar, mas dessa vez, não quero que ninguém me encontre”, afirmou o abalado Mario Sepulveda, líder do grupo “Los 33”, após o anúncio. “Um de nós precisava estar morto para ser feita a justiça”, completou. Os mineiros dizem que foram maltratados psicologicamente e que a maioria sofre com problemas de saúde emocional. Por isso, não conseguem novos empregos, além de muitos proprietários de minas terem medo de contratá-los, pois são “famosos”. Isso significa que qualquer ocorrência na mina onde trabalham pode causar uma “divulgação ruim” para a empresa. Com problemas financeiros, eles prometem estudar formas, junto de seus advogados, para continuar brigando na Justiça.

Enquanto isso, a indústria de Hollywood, que sabe bem como lucrar com todo tipo de história, promete para 2014 lançar um filme sobre o resgate dos mineiros, estrelado por Antonio Banderas, no papel de Sepulveda, Jennifer Lopez e Rodrigo Santoro.

(Agosto/setembro 2013)