
MERCADOS REGIONAIS
Foi o escritor russo Leon Tolstoi quem disse: “se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”. A frase ocorre depois de concluirmos neste “Anuário In The Mine da Mineração Regional” o quanto passaram relativamente bem pela fase mais aguda da crise as mineradoras e empresas de um modo geral que, até pelo seu portfólio de produtos, não estavam de costas para o mercado interno. O publicitário Nizan Guanaes, em mais uma de suas boas tiradas, também vai na mesma linha ao afirmar recentemente que “mercado emergente” para ele é o sertão de Pernambuco ou da Bahia.
Outra constatação neste Anuário, onde foram ouvidas mineradoras, secretarias estaduais e escritórios regionais do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) são as perspectivas otimistas para o fechamento do ano e para 2010. Essa reviravolta nos ânimos teve início já no final do primeiro semestre e foi plenamente confirmada na mais recente edição da Exposibram em setembro, quando o Expominas “não deu conta” e ficou pequeno para as expectativas de expositores e o público visitante.
Evidente que isso sinaliza também a nova corrida do ouro, a recuperação do cobre e a retomada da grande mineração que navega no mercado transoceânico abastecendo sobretudo o maior emergente de todos – a China. É uma reação animadora do mercado como um todo, que se provará sustentável ou não daqui a algum tempo, e que reverterá ou confirmará a necessidade dos ajustes feitos nas empresas.
No plano legal, é lamentável que governo e empresas ainda não tenham chegado a um acordo sobre a revisão dos marcos regulatórios. O projeto não foi debatido na Exposibram e não será agora, a toque de caixa, que se chegará a um consenso. Publicamos a proposta governamental nesta edição e esperamos que haja tempo ainda para manifestação de todas as entidades representativas do setor.
Wilson Bigarelli – editor@inthemine.com.br