MATRIZES AMBIENTAIS
A ideia deste anuário foi iniciar um processo de definição do que podem ser considerados Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) da Mineração. Trata-se de um trabalho pioneiro no Brasil para esse segmento produtivo: estabelecer uma matriz de dados que fosse aplicável a todas as empresas, independente do minério ou mineral que exploram e beneficiam.
Para isso, buscamos os parâmetros específicos da atividade mineraria justamente no que são considerados, por seus antagonistas, fatores críticos – consumo de energia e água, emissões de poluentes, geração de resíduos, ocupação de áreas de preservação e conservação ambiental, ingerência na organização sócio-politica-econômica da comunidade e recuperação das áreas lavradas, entre outros.
Neste anuário, esses fatores foram qualificados e quantificados, consolidando-se como dados, para um conjunto de 23 mineradoras. Sua sistematização em fichas ambientais permite o que nunca foi possível antes: o comparativo entre empresas de mineração, destas com empresas de outros setores e, na sua totalidade, da própria mineração com outras áreas de negócios. Somente a análise desse comparativo poderá afirmar o que há e quanto há de sustentabilidade na indústria mineral.
Ao longo de anos, várias mineradoras desenvolveram iniciativas isoladas para difundir, explicar, justificar e defender suas operações. Tornaram-se, com isso e quando muito, referências de si mesmas, jamais da mineração brasileira. Essa é a proposta do anuário.
Além das fichas ambientais, artigos técnicos de especialistas multidisciplinares abordam questões estruturais do setor – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em cidades mineiras, relacionamento com stakeholders, marcos regulatórios, competência ambiental, barragens de rejeitos e fechamento de mina – e abrem espaço ao debate de um tema ainda mal resolvido – a preservação de sítios espeleológicos e cavidades naturais.
A revista In The Mine está certa de que o primeiro Anuário Brasileiro de Meio Ambiente em Mineração é uma ferramenta de pesquisa, estudo e análise para campos múltiplos de conhecimento. Que ele possa reforçar os vínculos ainda bastante frágeis e, por vezes distorcidos, entre mineradoras, poder público, academias, instituições e a sociedade.
Nossos agradecimentos ao Ministério de Minas e Energia (MME) e ao Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) pelo apoio institucional à publicação, aos articulistas que nos dispensaram seu tempo, idéias e considerações e às 23 mineradoras que nos disponibilizaram informações, muitas inéditas até hoje. Oxalá, no próximo anuário muito mais empresas tenham indicadores de desenvolvimento sustentável para compartilhar com nosso público leitor.
Tébis Oliveira – editora – tebis@inthemine.com.br
