Em um espaço de tempo de somente uma hora e vinte minutos, em dois dias consecutivos, a Sistermi Locação de Máquinas e Equipamentos, sediada em Serra (ES), realizou a montagem de 4 vigas longarinas de aço, a 15 m de altura, sobre a Estrada de Ferro Vitória-Minas, operada pela mineradora Vale, no trecho localizado em Santana do Paraíso (MG). A obra foi contratada pela Crasa Infraestrutura e destinou-se à instalação de uma base para suporte de um novo viaduto, criando um acesso direto ao Aeroporto Regional do Vale do Aço, conhecido como Aeroporto de Ipatinga, também sediado em Santana do Paraíso.

“Além da extensão das vigas, de 51 m e 19 m, e da configuração de seus olhais de içamento, a limitação do bloqueio da operação ferroviária em apenas 2 horas exigiu que a montagem das estruturas transcorresse de forma absolutamente correta e precisa, de forma a liberar o tráfego local sem qualquer prejuízo do transporte de minérios”, explica o gerente de Contratos da Sistermi, Flávio Padilha Soares.
A operação foi executada no prazo acordado, em termos de dias, e em menor intervalo de tempo – somente 1h20 -, sem acidentes e com redução no número e porte dos equipamentos inicialmente considerados para o içamento das cargas – de 2 guindastes de 500 t cada para 1 guindaste de 500 t e outro de 250 t.
Soluções
Das quatro vigas metálicas, duas possuíam 51 m de comprimento, 3,2 m de largura, 2,7 m de altura e peso de 87,5 t cada. As outras duas tinham 19 m de comprimento, 3,2 m de largura e 1,3 m de altura, pesando 16 t cada. Dois guindastes sobre pneus foram mobilizados para seu içamento e montagem: um modelo LTM1500-8 (500 t de capacidade), da Liebherr, e um XCA250 BR-I (250 t), da XCMG, da Transuiça Locação e Prestação de Serviços, que também forneceu o conjunto transportador – cavalo mecânico com linha de eixo acoplada – para o transporte das vigas até o local de instalação.
Era necessário encontrar um posicionamento favorável para cada guindaste nas margens da EFVM, situar as carretas com as cargas sobre a ferrovia e estabelecer parâmetros de operação com fator de utilização de 85% da capacidade de carga de cada guindaste.
“Optamos por posicionar o XCA250 entre duas bases de alvenaria na mesma margem de carregamento das vigas, colocando o LTM1500 na margem oposta, onde o equipamento teria maior espaço para manobras mais críticas. Também aterramos parcialmente os trilhos para deslocar as linhas de eixo até o ponto do içamento”, explica Padilha.
Outro problema eram os olhais de içamento das vigas que não permitiam esforços horizontais e diagonais e, portanto, precisavam de uma amarração que assegurasse seu içamento totalmente vertical. Para neutralizar os esforços horizontais e oblíquos foram usadas duas barras espaçadoras (spreader bars), de 4,6 m, com CMT (Carga Máxima de Trabalho) de 50 tf.

Esses spreaders integram um projeto da Sistermi, em parceria com a TechCon Engenharia Consultiva e Treinamento, para o desenvolvimento de spreaders com capacidade adequada para diversas posições de içamento, permitindo que as amarrações se comportem de acordo com as recomendações técnicas do fabricante da viga metálica. No caso, a aprovação dos spreaders para amarração das cargas da EFVM foi obtida pela área de Engenharia da Sistermi junto à do fabricante das vigas. Essa solução evitou que a contratante da obra precisasse substituir os olhais existentes por modelos de esforço oblíquo, o que exigiria nova análise do projeto, resultando na perda da janela de tempo programada para o içamento das peças e no descumprimento do cronograma da obra.
A operação foi precedida por trabalhos de licenciamento, interação com a comunidade local, mapeamento de obras de infraestrutura e da área para acesso dos equipamentos e rotograma; elaboração e validação do Plano de Rigging, licença de rodagem dos equipamentos, além de sua vistoria e inspeção eletromecânica por equipe especializada. No final, as etapas de carregamento, transporte e lançamento das vigas foram executadas em 5 (cinco) dias.